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UMA IGREJA PODE CRESCER E CONTINUAR SENDO RELEVANTE?

Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝Reverendo Padre Jorge Aquino ✝

Padre Jorge Aquino.

Recentemente um órgão da The Episcopal Church (TEC) emitiu um documento que, em um de seus parágrafos apresentava uma perspectiva aterradora. Segundo esse documento, “O número de membros da Igreja Episcopal diminuiu quase pela metade desde a década de 1960, de 3,4 milhões de membros para 1,8 milhão no ano passado, de acordo com a Convenção Geral da Igreja Episcopal. Esses números são impressionantes quando se considera que o Censo de 1960 relatou uma população nacional de 179.323.175 e o Censo de 2020 relatou uma população nacional de 331.449.281. Um aumento de 54,1%”. Eis a situação fria: em 60 anos os Estados Unidos aumentaram em 54,1% sua população, enquanto a Igreja Episcopal, no mesmo período, perdeu quase 50% de seus membros.

O que está acontecendo? A visão dos que se dizem conservadores afirmam que a questão consiste no fato de que a TEC assumiu uma postura revisionista e progressista em relação à doutrina e a fé cristã histórica. Por isso, na busca de ser mais relevante para a sociedade, ela defende as lutas sociais, os direitos homoafetivos, ela denuncia os desmandos políticos e luta pela defesa do ecossistema. Será que esta afirmação se sustenta? Em estudos realizados na Inglaterra sobre esse tema, verificou-se que todas as igrejas com mais de um século – exceto a Igreja Católica -, estavam em declínio. Na Inglaterra, as Igrejas que crescem são aquelas de linha evangélica e pentecostais. Em resumo, as igrejas que se aproximam de uma teologia mais liberal, progressista ou “revisionista”, tende a declinar, ao passo que as igrejas que reafirmam as doutrinas tradicionais e que possuem uma postura mais pentecostal, tende a crescer. A questão que se levanta é: estará esta leitura correta? Esta é realmente uma visão que pode ser vista como real ou verdadeira?

A questão, na verdade, é bem mais séria e bem mais profunda do que imaginamos. Basta ler um texto como O desenvolvimento natural da igreja, escrito por Christian Schwarz, para termos a noção exata do tamanho do problema. Este texto, já bastante conhecido, foi o resultado de 10 anos de pesquisa em mais de 1.000 igrejas espalhadas em 32 países. Aqui o autor apresenta as oito marcas que estão presentes em uma igreja que cresce.

Mas as questões são mais sérias ainda. Quando lemos o texto Igreja: lugar de vida, escrito por Naamã Mendes, nos deparamos com 11 tipos de enfermidades que podem ser encontradas em nossas igrejas. O resumo da ópera é: uma igreja grande não é, necessariamente, uma igreja saudável.

Por fim, é necessário pensar se, se fato, é absolutamente necessário fixar o olhar no passado moderno – e abandonar a realidade pós-moderna que se impõe sobre a sociedade -, para que tenhamos uma igreja que efetivamente cresça. Para nos aprofundar sobre essa questão, é urgente estudar um texto como o escrito por Gianni Vattimo: Depois da cristandade – por um cristianismo não religioso, no qual ele discute a possibilidade da existência de um cristianismo fiel às suas origens e isento de uma hermenêutica metafísica já superada desde as obras de Nietzsche e Heidegger, buscando fundamentar as verdades cristãs, realmente na fé.

A primeira e grande questão que precisa ser respondida é: qual a diferença entre conversão e adesão? O que realmente significa crescimento da igreja? A mera transferência de membros significa crescimento? Digo isso porque boa parte do declínio da TEC pode ser explicada pela saída de muita gente que foi para a ACNA. Sabendo disso podemos falar em declínio da igreja? Uma adesão motivada pela “segurança” que a igreja pode dar implica que houve conversão? Sabemos que não. Tudo isso nos leva a pensar que discutir esse tema da forma que ele está sendo apresentado, não é intelectualmente correto.

 
 
 

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