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UMA IGREJA ABERTA

Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝Reverendo Padre Jorge Aquino ✝

Padre Jorge Aquino.

Não resta dúvida de que nossa realidade social está ficando cada vez mais fechada e encerrado dentro de perspectivas de vida próprias de uma sociedade que, além de não mais existir, somente pode ressurgir rompendo com toda uma gama de conquistas que se foi sendo obtidas nos últimos anos. Assim, verificamos uma pauta ultraconservadora dando o norte para campanhas políticas em muitos lugares, inclusive com o apoio de segmentos religiosos. Como exemplo disso basta observar as ultimas eleições na França e o que acabou de ocorrer na Itália, com a eleição de uma primeira ministra neofacista, cuja pauta inclui posturas conservadoras e outras ultrapassadas e até desumanas. Como pode uma Igreja fechar seus olhos diante desse comportamento e dessas posturas que ferem a dignidade de seres humanos que são imagens de Deus?

Urge, assim, que busquemos fomentar o crescimento de posturas mais abertas na sociedade e também na esfera religiosa. Fazendo isso teremos o que se pode chamar de Igrejas Abertas que confrontam posturas ditatoriais, dogmáticas e medievais. Dito isso, compreendemos que uma Igreja aberta é aquela que, em primeiro lugar, possui uma mente aberta. Quando falamos em ter uma “mente aberta”, estamos querendo dizer que esse tipo de igreja dialoga, sem problemas, com as grandes conquistas intelectuais da humanidade. Em outras palavras, uma Igreja que mantém sua mente aberta jamais rejeitará pessoas, por exemplo, que passaram por um divórcio. Quantas pessoas cristãs, honestas e íntegras, não são impedidas de viverem plenamente sua fé tão somente porque experimentaram o divórcio em suas vidas? Para muitas Igrejas, é preferível que as pessoas vivam em um inferno do que optar por uma separação e um recomeço em suas existências. Mas não se engane, existem muitos outros temas que acabam afastando as pessoas da Igreja e boa parte dessas questão são pautadas pelo moralismo conservador ultrapassado.

Em segundo lugar, para que tenhamos uma Igreja aberta, é necessário que, além da mente, ela também possua um coração aberto. Quando nos referimos ao coração, falamos daquele aspecto que envolve nossos sentimentos mais profundos. Assim, uma Igreja com coração aberto, observa com sensibilidade mulheres que passaram pela dor de experimentar um aborto, pessoas que não conseguem se colocar no mercado de trabalho ou famílias compostas por pessoas que se identificam como homoafetivas. Esses são apenas alguns exemplos de temas que mechem com os brios de uma sociedade conservadora, mas que precisam ser enfrentados não apenas com a mente, mas também com o coração, afim de que nossas comunidades de fé sejam, efetivamente, lugares de refúgio e não de julgamento e execução.

O que estamos propomos com esse breve texto, é temos uma Igreja que reflita o coração e a mente de Deus. Uma Igreja que se comporte como Jesus se comportou quando andava pelas estradas empoeiradas da palestina. Quando olhamos para Jesus, nós o encontraremos comendo e bebendo com publicanos e pecadores, conversando com uma mulher impura sobre a água que pode dessedentar, para sempre, sua sede, tocando em leprosos, tendo seus pés lavados por outra mulher impura, e, sempre sendo criticado por aqueles que eram especialistas nas Escrituras (os escribas) e pelos que representavam o esteio moral daquela sociedade (os fariseus). Não existe outra alternativa para quem deseja amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Nosso única alternativa é abrir nossas Igrejas para todos aqueles para quem o mundo fechou suas portas.

 
 
 

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