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TERMINA A CONFERÊNCIA DE LAMBETH 2022: QUAL O FUTURO DA COMUNHÃO ANGLICANA?

Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝Reverendo Padre Jorge Aquino ✝

Padre Jorge Aquino.

Ontem, domingo dia 07 de agosto, assistimos ao encerramento da 15ª Conferência de Lambeth, com uma cerimônia especial na Catedral de Canterbury. Esta Conferência reuniu cerca de 650 bispos, representando 165 países reunidos para compartilhar adoração, oração e discussão acerca de questões-chave que afetam a realidade de suas comunidades em todo o mundo.

Dirigindo-se aos bispos em seu discurso final, o Arcebispo de Canterbury Justin Welby disse: “Como devemos agir? Acima de tudo, no relacionamento. Esse é o primeiro e maior chamado – aquele que não listamos, mas é o maior chamado porque é o chamado das Escrituras”. Disse ainda: “Somos uma comunhão de igrejas católicas e reformadas, autônomas e interdependentes e devemos manter os princípios de ambas”. Discorrendo acerca da Comunhão Anglicana, ele disse: “É argumentativo? Sim. É diversificado? Imensamente. É o povo santo de Deus? Certamente. Vamos juntos em obediência – enviados, como igreja de Deus para o mundo de Deus”.

Com base em tudo o que o Arcebispo de Canterbury falou sobre a realidade da Comunhão, é possível vislumbrar sua postura eclesiológica, entrelaçada com as questões relacionadas à sexualidade que tendem a dominar o debate. Para ele, embora todos desejem unidade da Comunhão, na prática, existem dois modelos concorrentes sobre qual seria o propósito ou o fim da Comunhão: primeiro, a visão tradicional da catolicidade de comunhão, que é uma visão ecumênica compartilhada. Em segundo lugar, temos a visão de Inclusivismo Autônomo onde a autonomia provincial é central.

Pelo que se pôde ver, o relato da Comunhão oferecido à Conferência pelo Arcebispo não articula o viés da Catolicidade da Comunhão, antes, ele se aproxima bastante ao modelo do Inclusivismo Autônomo. Se este for o modelo adotado, isso acarretaria o fim da Comunhão Anglicana como ela se desenvolveu e foi compreendida até hoje.

O modelo proposto pelo Global South Fellowship of Anglican Churches (GSFA) está firmemente associado à compreensão da Comunhão como catolicidade da comunhão, bem como com o ensino tradicional sobre sexualidade. A questão é se o Arcebispo de Canterbury e o IASCUFO (Comissão Permanente Inter-Anglicana sobre a Unidade, Fé e Ordem) poderão ou não trabalhar com o Sul Global para permitir que os atuais Instrumentos sejam “reiniciados” e voltem a buscar o objetivo histórico da “Catolicidade da Comunhão” ou se estamos vendo o fim da Comunhão como a conhecemos até hoje. Os próximos meses revelarão para onde vai a Comunhão Anglicana.

 
 
 

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