Sim, sou cristão!

Em um mundo onde muita gente vive em cima do muro em questões religiosas, ou pior, além de não assumir sua crença (o que não é nenhum crime em um Estado laico), o que vislumbro é que as pessoas estão tratando da religião como quem entra um supermercado para comprar alguma mercadoria, ou como quem vai almoçar em um self-service. No caso do mercado a religião serve como bens simbólicos que são adquiridos por diversas razões, desde o preço a ser pago, até o resultado prometido. Mas no caso do self-service, as pessoas acabam fazendo um prato onde diversos tipos de carnes convive com uma mistura de feijões, lentilhas, etc., formando um cardápio extremamente pessoal para satisfazer o gosto daquele consumidor. Assim, não é incomum encontrarmos pessoas que se dizem cristãs e dizendo que acreditam em doutrinas próprias de outras realidades religiosas.

Faço minhas as palavras do ilustre professor de Oxford (ex-ateu) C.S. Lewis, que disse: “Eu acredito no cristianismo como acredito que o sol nasceu, não apenas porque o vejo, mas porque por causa dele vejo todo o resto”. Para ele, a fé cristã era a lente mais adequada para enxergar o mundo que nos cerca e a única lente capaz de dar sentido a tudo o que vemos. Sim, como cristão, somente por meio de Cristo – sua encarnação, vida, morte e ressurreição -, podemos adequadamente vislumbrar e julgar as realidades que se nos colocam diante de nós.

Como um Cristão, e sou um Cristão Anglicano, porque entendo que dentro do Anglicanismo encontro espaço para que minha mente e minha fé convivam da melhor maneira possível, sem ter que sacrificar minha inteligência, nem abandonar o que creio.