RELIGIÃO E POLÍTICA

Parece fazer parte de nossa formação a tese de que: política, religião e futebol, não se discute. Com todo respeito aos que defendem essa tese. eu penso diferente. E não somente eu. Posso citar dezenas de autores cristãos (desde S. Agostinho até Bonhoeffer, que dizem a mesma coisa.

Veja bem. Muito embora vivamos em um país laico, ou seja, que não possui uma religião oficial, na condição de cristãos, precisamos refletir seriamente sobre a realidade política de nosso país. E assim devemos fazer, primeiro porque a nós nos é dada a faculdade de eleger nossos representantes para o executivo e para o legislativo. Em outras palavras, as leis que são feitas, bem como a forma como se administra o erário público, é responsabilidade dos que votaram nos que ocupam os cargos que têm essa responsabilidade ou daqueles que se eximiram do direito sagrado do voto.

Em segundo lugar, nossa responsabilidade não cessa no momento do voto. Como cristãos autênticos, precisamos acompanhar o comportamento político dos que foram eleitos vez que eles, segundo afirma S. Paulo, foram colocados lá como servos de Deus para promover o bem e a justiça. Se nos chega a notícia de que nossos representantes agem injustamente ou de forma ímproba e desonesta, nosso compromisso com os valores do Reino de Deus nos levará fatalmente a confrontar e denunciar o erro.

Por fim, devemos lembrar, em terceiro lugar, que nosso comportamento deve ser conforme descrito acima porque o cristão - mesmo o filiado ao sindicato ou ao seu partido político - , olha para essas entidades como instituições cobeligerantes. Nosso compromisso maior é com Deus e com os valores de seu Reino. Se por alguma razão, algum mandatário trouxer para si um poder que somente pertence a Deus - como foi o caso dos grandes genocidas da humanidade -, é nosso dever e nossa responsabilidade denunciar e lutar pelo que Deus defende. Uma posição diferente nos transformara em falsos profetas.

Que tenhamos sempre a sabedoria necessária na hora de eleger, mas também na hora de acompanhar o comportamento daqueles que, com boa fé, votamos para o exercício do poder. à Deus. o Supremo Senhor, toda honra e glória.