Quando estamos mortos para os outros
- Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
- 18 de jul. de 2019
- 3 min de leitura

Reverendo Padre Jorge Aquino.
Muitas vezes pessoas passam por circunstâncias extremamente difíceis em suas vidas e, em função disso, precisam tomar decisões e assumir posições. Não discuto aqui se elas estão certas ou erradas. O fato é que, pelas razões mais diversas elas são acusadas, julgadas e executadas à morte. Não à morte física, mas à morte social ou familiar. Seus filhos ou cônjuges não os procuram mais. Seus pais não querem mais saber deles. Seus amigos os abandonaram e eles se sentem como dizia o salmista: “Estou esquecido no coração deles, como morto; sou como vaso quebrado” (Salmo 31:12).
Mas meu querido amigo, leia todo o salmo 31 e preste atenção a apenas dois versículos. No verso 15 o salmista diz: “nas tuas mãos estão meus dias”. Isto significa, em primeiro lugar que, por mais que atentem contra sua vida, por mais que o odeiem ou escarneçam, eles nada poderão fazer. E a razão disso reside no fato de que sua vida está nas mãos de Deus. E somente naquele dia escolhido por ele, você irá ao seu encontro. Todo o ódio e rancor guardado durante anos, não são o bastante para contrariar a vontade de Deus. Seus dias, ou seja, sua vida, está nas mãos de Deus. Sei que você pode até ser tentado a resolver esse problema, mas deixe a duração da sua vida entregue à Deus.
Em segundo lugar, lembre-se do verso 5: “nas tuas mãos entrego o meu espírito; tu me redimiste, Senhor, Deus da verdade”. Isso significa que, você precisa aprender a colocar seu espírito nas mãos de Deus. O que significa isso? Ora se o nosso “espírito” é o sopro de vida que temos, entregá-lo a Deus significa confiar toda a nossa vida nas mãos de nosso Senhor. E quando falamos em “toda a nossa vida”, estamos nos referindo aos nossos projetos, sonhos, desejos, anseios, e isso inclui as nossas dúvidas e incertezas. Deposite tudo isso nas mãos de Deus. Ele é aquele que pode gerir e administrar sua vida como ninguém mais faria. Fazendo assim, você não mais cometerá os erros do passado e caminhará em novidade de vida, para uma outra direção.
Em terceiro e último lugar, esse texto também diz: “tu me redimiste, Senhor, Deus da verdade”. Isso significa que é Deus quem nos redime. Muitas pessoas pensam que são “Deus” e querem julgar, condenar e executar os pecadores. Mas somente Deus é aquele que nos redime de todo pecado. De fato, não há pecado que Deus não possa perdoar. E se Deus, em sua soberania e santidade, te recebe com toda a sua carga de defeitos e te acolhe em seus braços paternais, então, meu amigo, esqueça o que pensam a seu respeito. Quem te julga é o Senhor, diz São Paulo. E se ele, em sua graça, o acolheu, que pena para quem não tem o prazer de gozar de sua presença e de crescer com suas experiências.
Para encerrar, lembre-se da letra de uma música de Oswaldo Montenegro que diz assim: “Faça uma lista de grandes amigos; quem você mais via há dez anos atrás. Quantos você ainda vê todo dia, quantos você já não encontra mais”. Esta letra nos coloca diante de uma realidade desconfortavel, mas verdadeira. Muitos dos que diziam ser seus amigos, sua família, seus admiradores, hoje, são aqueles que lhe deixaram, abandonaram ou trairam. O que fazer? Entregar-se à depressão e à melancolia? Não! Olhar para o maior de todos os amigos: Deus. Voltar os olhos para aquele que jamais vai te deixar, te abandonar ou te trair. O Deus da verdade, o nosso redentor é, realmente, alguém em quem podemos confiar e depositar toda a nossa esperança.
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