Padre Jorge Aquino.
Uma das maiores tristezas que alguém que preza pela coerência intelectual é ver, na mesma fotografia, a suástica nazista e a cruz cristã. A primeira é sinal de dominação e intolerância, enquanto a segunda é símbolo de submissão, serviço e graça. A suástica foi utilizada como o símbolo dos que pretendiam eliminar os judeus, os gays, os não-arianos, os impuros, as pessoas com problemas físicos e mentais, os vistos como “inferiores”, etc. Já a cruz, é o sinal daqueles para quem não existe mais diferença entre “judeus ou gregos, escravo ou livre, homem ou mulher” (Gl 3:28) sendo todos vistos como um em Cristo Jesus. A cruz une e a suástica divide. Pela cruz somos convidados a amar; pela suástica somos convidados a odiar; a cruz nos convida a buscar o Reino de Deus; a suástica é um convite a buscar um Reich supremacista. Impossível invocar Deus que é todo amor, para legitimar algo como a violência e a agressão. Pelo contrário, é necessário dizer com todas as palavras, que o neo-nazismo que marca a cultura moderna, somente pode ser acolhido pessoas que nem amam a Deus nem buscam amar ao próximo. A cultura para a qual a suástica aponta é a da violência, da intolerância e das armas, ao passo que a cultura para a qual a cruz aponta é a da paz, da tolerância e do amor. Pela cultura da paz, buscamos a comunicação não-violenta, a mediação dos conflitos e a busca da tolerância. Assim, a cultura da paz consiste na busca de uma série de valores, atitudes e comportamentos que afastam a violência e previnem os conflitos tratando de suas causas para solucionar os problemas por meio do diálogo e da negociação entre as pessoas e as instituições.
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