PADRE JORGE AQUINO COMENTA O CATECISMO ANGLICANO DA ACNA

4ª QUESTÃO: Qual o caminho da morte?

O caminho da morte é o de uma vida vazia do amor de Deus e do Espírito Santo vivificante, controlado por coisas que não podem trazer-me alegria eterna, mas que só levam à escuridão, à miséria e à condenação eterna. (Romanos 1: 25; Provérbios 14: 12 e João 8: 34)

Comentário:

Quer queiramos ou não, tudo o que fazemos, que deixamos de fazer e todas as nossas escolhas que fazemos, acabam por gerar consequências, muitas delas boas, algumas delas más. Essas consequências, inevitavelmente, revelam se estamos no caminho da vida ou no caminho da morte. O texto de Provérbio 14: 12 é bastante claro quando afirma que “Há caminho que parece certo ao homem, mas no final conduz à morte”.

O Catecismo Anglicano nos ensina, nesta quarta questão, que o caminho da morte é um caminho marcado por três elementos fundamentais. Em primeiro lugar, o caminho da morte é um caminho de uma vida vazia do amor de Deus e do Espírito Santo vivificante. Perceba que este primeiro elemento associa a vida vazia do amor de Deus com a ausência do Espírito Santo vivificante. É claro que quem tem uma vida vazia do amor de Deus, caminha para morte. Ter uma vida plena do amor de Deus é ter uma vida com seu sentido voltado para realizar a vontade de Deus. Ainda nesse primeiro elemento o Catecismo Anglicano inclui, como elemento do caminho da morte, além da ausência de uma vida plena do amor de Deus, uma vida sem a presença do Espírito Santo vivificante. Esta ultima informação é fundamental pois é justamente o Espírito Santo que nos vivifica e nos leva da morte para a vida. Sem a presença da terceira pessoa da Trindade, não existe vida e a morte reina.

Em segundo lugar, o caminho da morte é um caminho controlado por coisas que não podem trazer a alegria eterna. Segundo o Catecismo Anglicano, quando seguimos o caminho da morte, nossa vida acaba sendo marcada e controlada por coisas que não podem trazer alegria eterna. Uma vida alegre e feliz parece ser uma das obsessões de nossa sociedade. E esse tipo de vida sempre está ligada à riqueza e à beleza estética. Muitas religiões que se dizem cristãs acabam disseminando o que chamamos de “teologia da prosperidade”, segundo a qual, o sinal visível da presença de Deus na vida de alguém é a presença da vitória profissional, da riqueza e da beleza. Mal percebem essas pessoas que isso nunca trouxe e jamais trará felicidade ou vida para alguém. Essas pessoas, que se envolvem com o caminho da morte, acabam controladas por coisas que não podem trazer alegria. Vivendo assim, na prática do pecado, as pessoas caminham em direção à morte. Jesus, certa vez disse: “Digo-lhes a verdade: Todo aquele que vive pecando é escravo do pecado” (João 8: 34). A prática contumaz do pecado, não traz a verdadeira alegria nem a vida.

Finalmente, em terceiro lugar, o caminho da morte é um caminho marcado por suas consequências, quais sejam, escuridão, miséria e a condenação eterna. A escuridão impede que as pessoas vejam o caminho que estão trilhando, fazendo-as ir de um erro à outro, em direção à morte; este caminho também é o caminho da miséria e da inanição espiritual, que contrasta com a “vida abundante” de quem anda no caminho da vida; por fim, o caminho da morte é o caminho da condenação eterna. Paulo, se referindo ao comportamento dessas pessoas, diz que elas “Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador” (Romanos 1: 25). Quando se está na escuridão e na miséria espiritual é muito fácil acabar adorando aos deuses que nos são apresentados por esse mundo consumista. Por isso, a grande questão que precisa se impor hoje é, você tem seguido no caminho da morte? Gostaria de abandonar esse caminho e seguir o caminho da vida?