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PADRE JORGE AQUINO COMENTA O CATECISMO ANGLICANO DA ACNA

  • Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
    Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
  • 5 de mai. de 2021
  • 3 min de leitura

2ª. QUESTÃO: Qual é a condição humana?

A condição humana universal é que, embora feita para comunhão com o nosso Criador, fomos cortados dele por rebelião egocêntrica contra Ele, levando-nos à culpa, vergonha e medo da morte e do julgamento. Este é o estado de pecado. (Gênesis 3, Romanos 3:23)


Comentário:

Diante da questão que se nos é colocada pela segunda pergunta do Catecismo Anglicano, e que trata da condição humana, é possível retirar da resposta pelo menos três verdades fundamentais.

A primeira delas é que nosso Criador nos criou para a comunhão com Ele. Quando observamos atentamente uma obra de arte, logo nos damos conta de alguns elementos que apontam para o artista. Por esse raciocínio, que se convencionou chamar de Teologia Natural, acreditamos que observando o homem, em todas as suas expressões culturais, inclusive as mais ancestrais, logo encontramos vestígios de uma espécie de religiosidade. Todas as culturas humanas possuem algum tipo de religião. Essa realidade pode muito bem ser vista como uma prova de que há em nosso coração um espaço que somente pode ser preenchido por Deus.

Ademais, se toda criatura é sempre inferior a seu Criador, e se nós, somos seres relacionais que buscam uma relação com o “Totalmente Outro”, ou aquele que foi chamado em Atenas de “o Deus desconhecido”, então, Deus deve ser um Ser – embora nossa linguagem para falar dEle seja imprópria – igualmente relacional. É natural supor que se Ele nos criou como seres relacionais e que buscam a comunhão, nossa relação com Deus deveria ter sido marcada, desde o início, por essa comunhão. No texto de Gênesis lemos que Deus visitava o homem diariamente; que conversava com ele e que se preocupava com sua solidão a tal ponto de querer proporcionar alguém que lhe fosse igual para poder servir de companheira.

A segunda verdade é que nosso egocentrismo rompeu nossa relação com Ele. Mas a relação do homem com Deus, conforme descrita no relato de Gênesis, também era marcado por limites. O homem não podia fazer tudo o que quisesse. O limite era deixar de lado o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Lamentavelmente, a busca de ser “igual a Deus”, conhecendo o bem e o mau, acabou fazendo com que ele trilhasse o caminho do egocentrismo que o levou à desobediência. Ao invés de permitir-se guiar pelas ordens de Deus o homem preferiu viver uma vida autônoma e separada de Deus. Esta escolha lhe rendeu consequências nefastas.

Finalmente, a terceira verdade diz respeito às consequências desse rompimento. O relato da queda utiliza uma linguagem com imagens fortes que descrevem este fato primordial como uma ruptura fundamental. É a Revelação Especial de Deus que nos mostra que, com a queda de nossos pais, toda a humanidade caiu com eles. Essa ruptura não ocorreu apenas verticalmente, ou seja, entre nós e nosso Deus. Ela ocorreu também horizontalmente e nos faz viver em uma ruptura com nosso próximo. Em consequência disso, nosso rompimento de relação com Deus nos impôs uma realidade de culpa, de vergonha e medo da morte e do julgamento. Por isso o texto paulino citado no catecismo é o que afirma “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. Esta condição de ser no qual toda a humanidade hoje se encontra destituída da glória de Deus, que havia no princípio, damos o nome de “o estado de pecado”.



 
 
 

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