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Padre Jorge Aquino comenta a Phoenix Affirmations - 8

Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝Reverendo Padre Jorge Aquino ✝


Afirmação 8: Andar humildemente com Deus, reconhecendo nossas próprias falhas enquanto honestamente buscamos entender e despertar o melhor nos outros, incluindo aqueles que nos consideram seus inimigos. (Lucas 18:9-14; Lucas 6:27-29; Gálatas 5:22-23; João 15:18-19).

Como cristãos, reconhecemos que somos desajustados tanto em relação ao Reino de Deus quanto ao mundo. Somos desajustados em relação ao Reino de Deus, pois raramente vivemos de acordo com os princípios e ideais que defendemos. Somos desajustados em relação ao mundo, pois os ideais pelos quais lutamos frequentemente não se conformam aos modos do mundo.

Afirmamos que o Caminho de Jesus se encontra onde os seguidores de Cristo amam aqueles que os consideram seus inimigos tanto quanto a si mesmos, esforçando-se humildemente para encarnar os “frutos do Espírito”: amor, alegria, paz, paciência, bondade, generosidade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.

Confessamos que nos afastamos desse Caminho quando promovemos a noção de que as pessoas de fé são moral ou eticamente superiores às que não têm fé. Além disso, nos afastamos quando apoiamos qualquer causa, não importa quão justa ou justa, sem refletir os “frutos do Espírito” para todos.

Comentário:

Eis que nos deparamos, agora, com a oitava das Afirmações de Phoenix. E nela nos damos conta que, amar o nosso próximo implica em três consequências bastante claras.

Em primeiro lugar, nosso amor ao próximo deve nos fazer “Andar humildemente com Deus, reconhecendo nossas próprias falhas”. Na verdade, parece que a ordem das afirmações deveria ser trocada. Assim, porque reconhecemos nossas falhas, deveríamos andar humildemente para com Deus. Esta expressão claramente significa que não há, em nenhum de nós, nada de essencialmente bom que nos faça exigir de Deus esse ou aquele comportamento. Muito distante disso, o reconhecimento de que somos erráticos, pecadores, falhos, desprovidos e carentes de justiça própria, necessitamos andar com uma postura humilde diante de Deus. Nós, que somos pecadores, nos lembramos do profeta Isaías quando, diante de Deus, clamou: “Ai de mim, que vou perecendo porque eu sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o rei, o Senhor dos Exércitos” (Isaías 6:5). Portanto, ao reconhecermos nossas falhas e nossa fragilidade, somos inclinados a andar com humildade ao lado de Deus e a evitar agir com arrogância para com os outros.

Em segundo lugar, nosso amor ao próximo deve nos fazer andar com humildade ao mesmo tempo em que “honestamente buscamos entender e despertar o melhor nos outros”. Reconhecer honestamente nossa condição nos inclina a buscar entender o outro. E, surpreendentemente, ao entender o outro, entendemos a nós mesmos, de forma recursiva. Assim, ter uma visão honesta acerca de nós mesmos nos leva a olhar os outros e, retroativamente, a nós mesmos, mais uma vez. Ao fazermos isso, não ficamos apenas na observação ou na contemplação. Reconhecer e entender o déficit que há em nós e nos outros, nos inclina a “despertar o melhor nos outros” e em nós mesmos. Assim, quem ama ao próximo, não se contenta em observar nossos erros, mas a entender as falhas dos outros e a procurar, incessantemente, melhorar a nós mesmos e aos outros. Somente assim, teremos uma sociedade melhor.

Por fim, em terceiro lugar, nosso amor ao próximo deve nos fazer entender os outros, mesmo que os outros sejam aqueles “que nos consideram seus inimigos”. Em outras palavras, deve haver em nós a mesma inclinação que havia em Jesus que, mesmo diante de seus inimigos, buscava entende-los e ajuda-los.

Os textos utilizados por esta Afirmação são bastante significativos. O primeiro deles, Lucas 18:9-14, registra a parábola do fariseu e do publicano. O primeiro era uma pessoa religiosa e profundamente conhecedora da Palavra de Deus. O segundo era um coletor de impostos, ou seja, um judeu que era odiado porque servia à Roma e extorquia seus irmãos judeus. O texto diz que ambos foram ao templo. Ocorre que, enquanto o fariseu, de pé, revela toda sua empáfia e arrogância em sua oração, o publicano sequer elevava seus olhos ao alto e batia no peito, reconhecendo seu pecado e pedindo misericórdia. Ao final da parábola, Jesus diz que somente o publicano saiu de lá justificado, pois “qualquer que se exalta será humilhado e, qualquer que a si mesmo se humilha, será exaltado”.

No segundo texto (Lucas 6:27-29) Jesus ensina seus seguidores a amar, fazer o bem e a bendizer e orar pelos inimigos. Além disso nos ensina a oferecer a outra face a todos os que nos ferirem. Assim, o paradigma proposto por Jesus é o do pleno amor e não o da vingança.

No texto de Gálatas 5:22-23, o apóstolo Paulo nos ensina que o fruto do Espírito, que deve estar presente em todos os cristãos é: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperança. Fazendo isso, jamais descumpriremos a lei de Deus.

Por fim, no texto de João 15:18-19 Jesus nos diz que nós não deveríamos nos surpreender se as pessoas nos odeiam; primeiro odiaram a ele. Além disso, esse ódio é uma prova incontestável de que não pertencemos nem vivemos sob o mesmo paradigma dessa sociedade. Por isso somos perseguidos e odiados. Se fôssemos parte desse paradigma e agíssemos como o mundo age, seríamos amados e queridos por todos.

Em razão disso tudo, podemos afirmar que na condição de cristãos, vivemos uma vida duplamente desajustada tanto em relação ao Reino de Deus quanto ao mundo. No primeiro caso, nosso desajuste em relação ao Reino de Deus se mostra no fato de que raramente temos conseguido viver de acordo com os princípios e ideais que acreditamos e defendemos. Em segundo plano, com relação ao mundo, nosso desajuste se revela no fato de que os ideais pelos quais lutamos e pugnamos, frequentemente não se conformam aos do mundo. Erra realidade nos faz ter que fazer escolhas diárias e constantes.

Em razão disso, afirmamos que quem deseja seguir o “Caminho de Jesus” o encontrará lá onde seus seguidores amam realmente os seus inimigos tanto quanto a si mesmos, e se esforçam com a humildade necessária para viver diariamente o fruto do Espírito na forma de amor, alegria, paz, paciência, bondade, generosidade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.

Por fim, confessamos que nos afastamos desse caminho todas as vezes que acreditamos ou promovemos a ideia de que as pessoas que creem são moral ou eticamente superiores às que não têm fé. Ademais, nos afastamos ainda mais do caminho sempre que apoiamos qualquer causa, sem importar quão justa ou injusta é, e sem atestar se elas refletem o “fruto do Espírito” para nossas vidas.

 
 
 

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