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Padre Jorge Aquino comenta a Phoenix Affirmations - 3

Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝Reverendo Padre Jorge Aquino ✝


Afirmação 3: Celebrar o Deus cujo Espírito permeia e cuja glória se reflete em toda a Criação de Deus, incluindo a terra e seus ecossistemas, o sagrado e o secular, o cristão e o não-cristão, o humano e o não-humano (Gênesis 1:31a; Salmo 96:1,11-12; Atos 17:23).

Como cristãos, procuramos agir como administradores justos da terra e de seus ecossistemas. Celebramos os reflexos da glória do Criador tanto no sagrado quanto no secular, humano e não humano, cristão e não cristão.

Afirmamos que o Caminho de Jesus se encontra onde os seguidores de Cristo atuam como mordomos cuidadosos da terra, e onde a presença do Cristo vivo é celebrada onde quer que o espírito de Cristo se manifeste, transcendendo todas as categorias humanas preconcebidas.

Confessamos que nos afastamos desse Caminho quando ignoramos nosso papel como administradores da terra, ou interpretamos as Escrituras de uma maneira que não leva em conta a sacralidade da terra ou a integridade de seus ecossistemas. Nós nos afastamos ainda mais sempre que afirmamos que a glorificação e o louvor de Deus são limitados apenas ao que é consciente e abertamente cristão.

Comentário:

Nesta terceira afirmação, o documento de Phoenix pontua que, amar a Deus significa “Celebrar o Deus cujo Espírito permeia e cuja glória se reflete em toda a Criação de Deus, incluindo a terra e seus ecossistemas, o sagrado e o secular, o cristão e o não-cristão, o humano e o não-humano”. Quando lemos essa afirmação compreendemos que amar a Deus implica em três verdades fundamentais. Em primeiro lugar, amar a Deus nos leva a celebrá-lo. Ora, se o amamos, nós o bendizemos, o exaltamos e celebramos seu poder manifesto em toda a sua criação. Olhar para o universo é contemplar as obras do Senhor e nos sentir inclinados à celebrar seu poder e sua glória. Em segundo lugar, amar a Deus significa reconhecer que seu Espírito permeia (e sua glória se reflete) toda a criação e isso inclui a terra e seus ecossistemas. Como uma consequência do que foi dito logo acima, nosso amor à Deus nos leva a reconhecer que é o seu Espírito que mantém e sustenta toda a criação, quer estejamos olhando para as imensas galáxias quer estejamos olhando para nossos frágeis ecossistemas que dão vida à nossa casa/Terra. Em terceiro lugar, amar a Deus nos leva a evitar o dualismo que separa o sagrado do secular, o cristão do não-cristão e o humano do não-humano. O amor nos faz superar esses dualismos superficiais e nos faz ver o mundo de uma forma mais plural e mais completa. Assim, não vislumbramos uma superioridade do aspecto espiritual sobre o material, mas que nosso Cristo veio redimir o homem por inteiro, tanto salvar sua alma quanto alimentar e curar suas feridas concretas e reais.

Para dar sustentação a esta terceira afirmação, os autores das Afirmações de Phoenix citam três textos bíblicos: Gênesis 1:31a; Salmo 96:1,11-12 e Atos 17:23. No primeiro texto lemos que Deus viu tudo o que havia feito e “eis que era muito bom”. Há, aqui, claramente a intensão de dizer que a criação é algo bom – e de fato assim o é. E é, porque é obra de Deus e porque foi planejada por Ele. O segundo texto, retirado do livro dos Salmos, há um convite para que todos exaltem à Deus. O texto diz: “Cantai ao Senhor um cântico novo; cantai ao Senhor toda a terra”. Vemos que o salmista nos convida a celebrar a grandeza do Senhor em todos os cantos da terra. Segundo as Escrituras, céus, terra, mar e todas as árvores dos bosques devem se unir para se alegrar e se regozijar no Senhor. O último texto é do livro de Atos e lá se diz que nosso Deus tem sido adorado mesmo por quem sequer ouviu falar dele, chamando-o de “o Deus desconhecido”.

A partir daí, as Afirmações de Phoenix passam a tratar da conhecida tríade que começam com três expressões: “como cristãos”, “afirmamos” e “confessamos”. Assim, na condição de Cristãos, e guardando todo o legado que recebemos de nossos pais, “procuramos agir como administradores justos da terra e de seus ecossistemas”. Esta expressão nos faz lembrar das palavras de Deus à Adão, para que cuidasse de todo o jardim do Éden. Essas mesmas palavras são ditas hoje a cada um de nós, para que cuidemos de nossa casa/Terra. Além de cuidar da terra, somos todos convidados à Celebrar os sinais da glória do Criador em todos os aspectos e instâncias da vida, tanto no sagrado quanto no secular, humano e no não humano, no cristão e no não cristão.

O ponto seguinte é o da afirmação. Assim, o texto diz: “Afirmamos que o Caminho de Jesus se encontra onde os seguidores de Cristo atuam como mordomos cuidadosos da terra, e onde a presença do Cristo vivo é celebrada onde quer que o espírito de Cristo se manifeste, transcendendo todas as categorias humanas preconcebidas”. Desta forma, o documento afirma que o verdadeiro caminho de Jesus pode ser encontrado onde os seguidores de Jesus atuam como cuidadosos mordomos do que Deus nos mandou cuidar, ou seja, da terra; ademais, devemos cuidar da terra reconhecendo que isso deve ser feito “transcendendo todas as categorias humanas preconcebidas”, ou seja, sem atentar para qualquer aspecto ou peculiaridade preconcebida do ser humano.

Finalmente, o texto se encerra com uma confissão. Desta forma, diz a Afirmação de Phoenix: “Confessamos que nos afastamos desse Caminho quando ignoramos nosso papel como administradores da terra, ou interpretamos as Escrituras de uma maneira que não leva em conta a sacralidade da terra ou a integridade de seus ecossistemas. Nós nos afastamos ainda mais sempre que afirmamos que a glorificação e o louvor de Deus são limitados apenas ao que é consciente e abertamente cristão”. Diante dessa declaração, verifica-se claramente que, ignorar nosso papel de mordomos e administradores da terra que recebemos de Deus ou, ler as Escrituras sem ressaltar sua sacralidade e sua integridade, é uma postura que nos afasta claramente do caminho para o qual Deus estabeleceu para que andássemos nele. Outrossim, também nos afastamos do caminho sempre que nos limitamos a glorificar e a louvar ao Senhor apenas ao que é consciente – entenda-se a vida humana - e àquilo que é abertamente cristão, rejeitando o valor das iniciativas e valores das pessoas de outra formação religiosa – ou sem religião. Devemos nos arrepender por acreditar que Deus seria tão pequeno que somente poderia contar com um pequeno grupo de pessoas para cuidar da sua criação. Esse é, sim, um dever dos cristãos, mas qualquer pessoa inteligente sabe que destruir nossa casa/terra é minar nossa própria existência.

 
 
 

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