
Afirmação 12: Agir na fé de que nascemos com um significado e propósito; uma vocação e ministério que serve para fortalecer e estender o reino de amor de Deus. (Jeremias 1:5; Lucas 5:15-16; Romanos 12:4-8; 1 Coríntios 12:4-31).
Como cristãos, praticamos a oração como uma disciplina diária, buscando na oração desfrutar da presença de Deus e discernir a vontade de Deus para nossas vidas e nossas comunidades de fé. Aceitamos como uma de nossas maiores responsabilidades e privilégios ajudar aqueles em nossas comunidades de fé a discernir a direção de Deus para suas vidas e celebrar e valorizar seu discernimento na adoração e na vida missionária da igreja. De todas as maneiras disponíveis, procuramos ajudar as pessoas a desenvolver e usar seus diversos chamados como expressão de sua fé.
Afirmamos que o Caminho de Jesus se encontra onde todos os seguidores de Cristo são considerados chamados para um ministério. A intenção de Deus para nós pode ser encontrada e seguida, ainda que vacilante e imperfeitamente, em obediência à orientação e insights que vêm na oração. Acreditamos que essa convicção é verdadeira para a Igreja, bem como para cada um de seus membros.
Confessamos que nos afastamos deste Caminho quando afirmamos que uma forma de ministério é mais elevada ou mais sagrada do que qualquer outra, dentro ou fora de uma igreja Além disso, nos afastamos do Caminho quando deixamos de dar valor concreto contribuição e participação de leigos e clérigos no culto e missão de nossas comunidades.
Comentário:
Chegamos agora à Afirmação de número 12, ou seja, a última das Afirmações de Phoenix Affirmations. Conforme vimos até aqui, todas as afirmações giram entorno do “amor”: amor à Deus, ao próximo e a nós mesmos. Agora, nesta ultima Afirmação, aprendemos que, amar a nós mesmos implica, necessariamente, no reconhecimento de três realidades fundamentais para todos nós: em primeiro lugar, devemos fundamentar toda nossa ação “na fé de que nascemos com um significado e propósito”. Esta afirmação é extremamente significativa porque nos lembra que cada um de nós possui uma razão de ser e de existir. Não somos um mero acidente na história. Todos nós nascemos com um “significado e um propósito”. Ter um significado, significa que não somos uma incógnita sem sentido, mas temos uma razão de ser e um sentido; ao dizer que temos um propósito, estamos afirmando que estamos aqui por uma razão. Nascemos com um aspecto teleológico estabelecido na mente de Deus. Isso significa que você existe por uma razão e precisa descobri-la.
Em segundo lugar, devemos compreender a importância de fundamentar toda a nossa ação e nossa vida na “vocação e ministério” para o qual fomos chamados. Ser vocacionado significa ter um “chamado” interno que nos impulsiona a seguir em uma direção segundo a orientação de Deus. Quando dizemos que temos também um “ministério”, estamos dizendo que Deus nos escolheu para desenvolver uma parte de sua obra nesse mundo que é o palco da ação da graça de Deus.
Por fim, em terceiro lugar, aprendemos nessa ultima Afirmação, que nosso chamado, nosso propósito, nossa vocação e nosso ministério servem “para fortalecer e estender o reino de amor de Deus”. Não, não estamos falando de uma religião, uma denominação ou uma Igreja, mas do Reino de Deus. E esse Reino de Deus é caracterizado como um Reino de amor. Nesse Reino amamos a Deus acima de todas as coisas; nesse Reino somos convocados a amar ao próximo, e nesse Reino, somos convidados a amar a nós mesmos, portanto, a desenvolver nosso amor próprio.
Os textos que são apresentados por essa Afirmação são significativos. No texto de Jeremias 1:5 Deus diz à Jeremias as mesmas palavras que ele dirige a cada um de nós: “Antes de formá-lo no ventre eu o escolhi; antes de você nascer, eu o separei e o designei profeta às nações”. Assim, todos nós fomos chamados como “profetas às nações”, desde o ventre de nossa mãe. Por ele fomos escolhidos, separados e designados à nossa missão.
No texto de Lucas 5:15-16, Lucas apresenta a pessoa de Jesus como um modelo de todos nós que nos dizemos cristãos. Assim, quando lemos o texto que diz: “Todavia, as notícias a respeito dele se espalhavam ainda mais, de forma que multidões vinham para ouvi-lo e para serem curadas de suas doenças. Mas Jesus retirava-se para lugares solitários, e orava”. Assim deve ser todos os que fazem parte do Reino de Deus. As notícias sobre nós devem se espalhar e as pessoas deveriam vir a nós para receberem de nós as palavras de bênção e de cura.
Na epístola aos Romanos 12:4-8, Paulo nos diz: “Assim como cada um de nós tem um corpo com muitos membros e esses membros não exercem todos a mesma função, assim também em Cristo nós, que somos muitos, formamos um corpo, e cada membro está ligado a todos os outros. Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada. Se alguém tem o dom de profetizar, use-o na proporção da sua fé. Se o seu dom é servir, sirva; se é ensinar, ensine; se é dar ânimo, que assim faça; se é contribuir, que contribua generosamente; se é exercer liderança, que a exerça com zelo; se é mostrar misericórdia, que o faça com alegria”. Com ele aprendemos que todos nós fazemos parte do Corpo de Cristo – que é a Igreja -; que todos nós estamos ligados uns aos outros, e que todos temos dons que devem ser usados para servir da melhor maneira possível para o bem da comunidade dos fiéis.
Em I Coríntios 12:4-31, o apóstolo Paulo ensina de forma clara e sistemática que todos nós, fazemos parte do corpo de Cristo; que não importa o papel que desempenhamos, todos somos importantes para a edificação do Corpo inteiro, apesar de termos dons, operações e ministérios diferentes. Quando exercemos cabalmente nosso ministério na comunidade dos fiéis, produzimos o bem de todos e a edificação de todos.
Em razão de tudo o que foi exposto acima, entendemos que, na condição de cristãos, temos a obrigação de praticar diariamente a oração diariamente, para gozarmos da presença de Deus e discernir sua vontade para nós e nossa comunidade. Também do que expomos, entendemos que temos como responsabilidade e privilégio, ajudar as pessoas a compreenderem a direção de Deus para suas vidas, bem assim a celebrar e a valorizar seu entendimento na adoração e na vida missionária da igreja. Assim, devemos, por todos os meios possíveis, ajudar as pessoas a desenvolverem e usarem seus diversos dons e ministérios como expressão de sua fé.
Com base nisso afirmamos que o Caminho de Jesus somente pode ser encontrado onde os seguidores de Cristo se veem chamados para um ministério. A vontade de Deus para nós pode ser encontrada e seguida, ainda que de forma vacilante e imperfeita, na obediência à orientação e inspirações vindas da oração. Essa nossa convicção é tanto uma verdade para a Igreja, como também para cada cristão.
Por fim, somos instados a confessar que, sempre que afirmamos que existe uma forma de ministério mais elevada ou sagrada do que outra, dentro ou fora de uma igreja, nos afastamos do Caminho de Jesus. Da mesma forma, sempre que deixamos de dar valor concreto às contribuições e à participação dos leigos e clérigos no culto e missão em nossas comunidades, também acabamos por nos afastar do Caminho de Jesus. Dessa forma, todos somos chamados a, por amor a nós mesmos, desenvolver nossos dons e talentos dentro da comunidade dos que creem, e produzindo o bem de todos.
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