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Padre Jorge Aquino comenta a Phoenix Affirmations - 6

Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝Reverendo Padre Jorge Aquino ✝

Atualizado: 15 de jun. de 2022



Afirmação 6: Permanecendo, como Jesus fez, com os excluídos e oprimidos, os difamados e aflitos, buscando a paz e a justiça com ou sem o apoio de outros. (Miquéias 6:8; Lucas 12:48).

Como cristãos, defendemos e cuidamos daqueles que sofrem opressão e pobreza, física ou espiritualmente, em nossas comunidades de fé, em nosso país e no mundo. Reconhecemos a congregação local como o contexto principal para oferecer esse cuidado, mesmo quando procuramos estendê-lo além de nossas comunidades de fé para o mundo mais amplo.

Afirmamos que o Caminho de Jesus se encontra onde os seguidores de Cristo honram a unidade essencial de espírito e matéria, conectando adoração e teologia com atos concretos de justiça e retidão, bondade e humildade, com ou sem o apoio de outros.

Confessamos que nos afastamos desse Caminho quando sugerimos que o cristianismo se preocupa apenas com o espiritual em contraste com o material, ou vice-versa. Nós nos afastamos quando celebramos as bênçãos dadas por Deus sem também reconhecer as responsabilidades que vêm com as bênçãos.

Comentário:

De acordo com sexta afirmação das Afirmações de Phoenix, amar o nosso próximo inclui, em primeiro lugar, ter o mesmo comportamento que marcou a vida de Jesus, qual seja, permanecer ao lado dos excluídos, dos oprimidos, dos difamados e dos aflitos. Esta sempre foi sua postura. Ele assim o fez particularmente com as classes mais execradas de sua época: os órfãos, as viúvas, os leprosos e os pecadores (publicanos). Em nenhum momento Jesus deixou de estar perto dessas pessoas, abraçando, acolhendo, conversando, sentando-se à mesa, etc. Essa sempre foi a prática de Jesus e nós, como seus discípulos, somos convidados a andar pelo mesmo caminho.

Amar o nosso próximo inclui um segundo elemento importante que precisamos ressaltar, é que a incessante busca da paz e da justiça. É interessante ressaltar que o texto da Afirmação faz uma clara referência ao texto do profeta Isaías 32:17 que afirma: “O fruto da justiça será paz; o resultado da justiça será tranquilidade e confiança para sempre”. Este texto, que é um texto poético, apresenta uma clara relação causal entre a justiça e a paz, a tranquilidade e a segurança (confiança) para sempre. Ou seja, se queremos paz em nossa sociedade, precisamos pugnar para que se pratique a justiça em todos os setores.

Finalmente, em terceiro lugar, amar o nosso próximo inclui comportar-se como Jesus, buscando a justiça “com ou sem o apoio de outros”. O verdadeiro cristão não é alguém que se preocupa com a imagem ou com o que os outros estão pensando sobre o que somos ou o que fazemos. Quem ama ao próximo, não tem tempo para procurar satisfazer as expectativas da sociedade; nosso desejo é satisfazer a vontade de Deus. E se a vontade de Deus é que amemos nosso próximo – independentemente as especificidades desse próximo -, o que os outros vão pensar ou dizer não deveria nos interessar ou nos influenciar.

Para fundamentar biblicamente estas posturas em relação ao nosso amor ao próximo, as Afirmações de Phoenix apresentam dois textos significativos: Miquéias 6:8 e Lucas 12:48. O texto de Miquéias diz: “o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benignidade, e andes humildemente com o teu Deus?” (Miquéias 6:8). Aqui o profeta apresenta os três elementos que Deus exige de cada um de nós, ou seja, que pratiquemos cotidianamente a justiça, que amemos diariamente a prática do bem e que andemos de forma humilde diante de nosso Deus. Já o texto de Lucas diz em sua parte final: “A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido" (Lucas 12:48). E o que foi que recebemos de Deus? Dele recebemos o perdão e dele recebemos a graça. Em outras palavras, se de Deus recebemos tanto, muito mais nos será exigido. Eis porque devemos nos comprometer com o amor ao próximo.

Diante do exposto, o texto da sexta Afirmação nos diz que: “Como cristãos”, temos o compromisso de defender e cuidar dos que sofrem todas as formas de opressão e pobreza, sejam elas de natureza física ou espiritual, tanto em nossas igrejas, como em nosso país e em todo o mundo. Por isso, vez que somos cristãos, entendemos que é nossa comunidade local espaço principal e privilegiado para oferecer esse cuidado, ainda que procuremos estendê-lo para além de nossas comunidades de fé em direção para o mundo mais amplo. Em outras palavras, nossa comunidade local é o espaço por excelência onde a cobrança pela justiça e, por via de consequência, onde se vive a paz e onde se pratica o cuidado por todos os que passam pelos sofrimentos infligidos por nossa sociedade.

Uma vez que estamos comprometidos com o amor ao próximo, somos levados a afirmar que, o Caminho do seguimento de Jesus somente poderá ser encontrado onde os que se identificam como seus seguidores, honram e ressaltam a “unidade essencial de espírito e matéria”, fazendo com que nossa prática de adoração se conecte com nossa teologia e com nossos “atos concretos de justiça e retidão, bondade e humildade, com ou sem o apoio de outros”.

Por causa de nosso compromisso com o amor ao próximo, confessamos que muitas vezes nós nos afastamos desse Caminho apresentado por Jesus, sempre que sugerimos que o cristianismo se preocupa apenas e tão somente com o aspecto espiritual em contraste – ou em detrimento - com o material, ou vice-versa. Nós nos afastamos do padrão apresentado na vida de Jesus quando somos capazes de celebrar as bênçãos dadas por Deus sem, no entanto, sermos capazes de reconhecer as responsabilidades que vêm com as bênçãos.

 
 
 

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