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Os Dez Mandamentos do Progressismo

  • Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
    Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
  • 23 de dez. de 2022
  • 4 min de leitura

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Reverendo Jorge Aquino.

Esta série de afirmações apresentam os 10 princípios fundamentais do cristianismo progressista baseado no livro escrito por Philip Gulley.

1. Jesus é mais um modelo de vida do que um objeto de adoração. Com isso, não pretendemos dizer que Jesus não é Deus nem que ele é o nosso Senhor e Salvador. Só estamos procurando ressaltar um aspecto que tem sido abandonado ou esquecido por muitos teólogos. Jesus nos revela, em suas palavras e vida, um padrão de vida e de comportamento que deve ser seguido como padrão para todos os que se auto compreendem cristãos. Sem que sigamos o caminho que ele aponta para nossas vidas, de nada adiantará a confissão ortodoxa de sua fé.

2. Afirmar o potencial das pessoas é mais importante do que lembrá-las de seus defeitos. Lamentavelmente, a religião oficial foca todos os seus esforços nos defeitos e nos pecados das pessoas. Lamentavelmente esta é , sabidamente, uma forma de dominação. Por isso, esta parece ser uma forma de mantê-las aprisionadas e reféns da instituição. Mas as pessoas são mais importantes do que seus defeitos ou falhas. Elas possuem um enorme potencial para realizar o bem e concretizar o amor de Deus para com as pessoas.

3. O trabalho de reconciliação deve ser valorizado acima de fazer julgamentos. Muito embora as pessoas se prendam mais aos defeitos e imperfeições das outras, contudo, pelo exemplo de Jesus somos incentivados a fortalecer a reconciliação e a pacificação, ao invés do confronto e do conflito. Mais do que ser nosso juiz, Jesus se apresentou como nosso salvador e companheiro, nosso irmão e o Deus conosco. Por isso, ele jamais hesitou em tocar ou se deixar tocar por aqueles que sempre foram socialmente vistos como os marginalizados e esquecidos.

4. O comportamento gracioso é mais importante do que a crença correta. Por mais importante que seja ter a crença correta sobre aquilo que julgamos significativo e fundamental, ter a crença correta não nos torna melhores do que somos. Jesus nos incentiva a ter uma fé que vai além da mera crença. Por isso ele dizia: “Ouviste o que foi dito: não adulterarás, eu porém vos digo...”. A grande questão não consistia em cumprir ou não esta ou aquela norma. Era preciso ir mais adiante. Jesus nos convida a ter um comportamento mais gracioso com as pessoas e isso é mais significativo do que, simplesmente, cumprir uma ordem ou uma norma.

5. Fazer perguntas é mais valioso do que fornecer respostas. Como é importante para as pessoas terem todas as respostas, para todas as grandes questões da existência! No entanto, para além das respostas que trazem alento para tantos, Jesus nos ensina – em sua própria prática -, a fazer as perguntas mais adequadas para a nossa própria felicidade. E a grande pergunta que Jesus fez, foi: “Que queres que eu te faça?”. Assim, pergunto, o que devemos fazer ao próximo?

6. Incentivar a busca pessoal é mais importante do que a uniformidade do grupo. Inquestionavelmente vivemos no tempo em que as pessoas seguem o comportamento de manada. As redes sociais influenciam as pessoas a acreditarem e se comportarem como membros do grupo que as despersonificam e as transformam em membros do rebanho. Por isso todas elas vestem a mesma marca, comem a mesma coisa, vão aos mesmos lugares, têm a mesma linguagem, pensam (ou não) as mesmas coisas e se inclinam para os mesmos caminhos. Não existe mais individualidade, autonomia. Jesus, contudo, nos liberta para que sejamos quem, de fato, somos. Ou seja, para fazer aquilo que devemos fazer, guiados pelo amor à Deus. Nas palavras de S. Agostinho: “Ama, e faz o que quiseres”. Assim, motivados pelo amor a Deus e ao próximo, somos livres para viver com liberdade e responsabilidade.

7. Atender às necessidades reais é mais importante do que manter as instituições. No mundo em que vivemos, as pessoas não apenas são deixadas de lado, como também as instituições são vistas como mais importantes e significativas do que as próprias pessoas. Mas Jesus nos revela que o Reino de Deus é mais importante do que as instituições, mesmo as eclesiásticas, construídas pelo passar dos anos e séculos. No Reino, aprendemos que as necessidades reais das pessoas são o que realmente importa.

8. A pacificação é mais importante do que o poder. Em um mundo que ter poder é fundamental, Jesus nos convida a sermos servos e não senhores. Ele nos convida a seguir seu próprio exemplo, que não veio ao mundo para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em favor de todos nós. Assim, seguir a Jesus implica em abandonar as armas que produzem a morte, e compartilhar amor, que produz vida e vida em abundância.

9. Devemos nos importar mais com o amor e menos com o sexo. Em um mundo cada vez mais centrado na sexualidade e na sensualidade, precisamos nos voltar para o verdadeiro sentimento que é capaz de transformar vidas e construir novas realidades, o amor. Assim, o “outro” deixa de ser um objeto de prazer e passa a ser um sujeito que recebe nosso amor e nossa atenção.

10. A vida neste mundo é mais importante do que a vida após a morte (a eternidade é obra de Deus de qualquer maneira). Muito embora tenhamos a fé de que Deus nos chamará pelo nome no ultimo dia e tenhamos fé de que um lar de eterna felicidade nos espera, somos desafiados a viver de forma feliz em nosso mundo. Não precisamos ter esperar até a parousia para gozar a vida como alegria e prazer. Somos convidados a viver hoje, uma vida feliz e transformar a vida dos outros em vidas felizes e satisfatórias. Isso exige esforço, mas é seguramente gratificante.

Devemos, contudo entender que a compreensão progressiva do cristianismo não é nem uma versão variante da fé, nem representa uma perspectiva denominacional diferente, mas é uma visão mais aberta do cristianismo que nos convida a ter a mente mais aberta e, por via de consequência, um coração mais aberto e uma Igreja mais aberta.

 
 
 

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