
Padre Jorge Aquino.
Geralmente temos uma visão bastante negativa do orgulho. No entanto, esse sentimento tanto pode ser uma atitude moralmente negativa - quando nos leva a achar os outros inferiores a nós -, quanto pode ser uma atitude moralmente positiva e proativa, quando é visto como um sentimento que nos dá satisfação em razão da capacidade, das realizações ou do valor que temos, frente às circunstâncias.
Assim, quando penso que sou um anglicano, me sinto feliz e orgulhoso. Primeiro porque somos detentores de uma história que remonta aos primeiros séculos do cristianismo; segundo porque aglutinamos ensinamentos oriundos de todas as grandes famílias do cristianismo; finalmente, em terceiro lugar, porque nosso espírito inclusivo e compreensivo nos faz abertos para aprender com o "outro" e a melhorar nossa forma de ser e de agir, nos fazendo conviver com outros anglicanos que discordam de nós naquilo que não é essencial.
Não. Nem acredito que a Igreja anglicana é melhores do que qualquer outra, nem afirmo que outra Igreja é melhor do que a nossa. Sempre defendemos que somos apenas uma parte provisória da Igreja de Cristo que, com todos os seus defeitos e acertos, tem procurado servir à Deus com respeito à tradição, integridade intelectual, fundamento bíblico. Em razão disso, não tenho dificuldades em afirmar, como disse J.I. Packer: "O anglicanismo contém a mais rica, a mais vasta e a mais sábia herança de toda a cristandade".
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