O Sucesso Financeiro 4
- Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
- 5 de jun. de 2018
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Padre Jorge Aquino.
Que o sucesso profissional é muito importante para todos nós, não há dúvida. Mas existe um quarto problema que ele pode gerar. Normalmente esse problema aparece quando há uma grande disparidade entre os salários do casal e quem ganha mais se insurge como o “iluminado” que decide tudo o que deve ser feito na vida dos dois.
Inicialmente é fato que, em toda a minha vida de ministro, só encontrei um casal que ganhavam a mesma quantia. Era um casal de tenentes da marinha que haviam entrado no mesmo concurso. No entanto, todos os outros casais com os quais já tive que conversar, tinham salários diferentes. As vezes era o noivo quem ganhava mais; as vezes era a noiva. Mas como decidir o que fazer com o salário que ambos recebem?
Em geral existem três posturas que dizem respeito ao que fazer no dia seguinte ao recebimento do salário. Existem, primeiramente, aqueles que acham que todo o dinheiro deve ser colocado em um fundo comum, no qual não se pode mais dizer o que é “meu” ou “seu”. Tudo é “nosso”. E desse fundo comum todas as contas são pagas e, o que sobrar será objeto de deliberação do casal. Provavelmente boa parte das pessoas que você conheça viva assim.
Mas existe uma segunda possibilidade. Existem casais que, embora casados, mantêm sua vida financeira de forma autônoma. Eu já fiz casamentos nos quais o noivo recebia seu salário, pagava suas contas, seu carro, a conta de seu celular, seu plano de saúde e guardava o resto em sua poupança. Da mesma forma, agia a noiva. Ambos tinham uma vida econômica absolutamente independente. É claro que as contas comuns como água, luz, internet, TV por assinatura e aluguel, eram divididos. O restante era individualizado. Quando um deles queria convidar o outro para jantar ou almoçar, era esse o responsável por pagar a conta. E a vida seguia. Pode parecer muito estranho para você. Mas eles viviam felizes desse jeito. E, como dizia um certo filósofo do direito chamado Kelsen: “O acordo entre as partes tem força de lei”. Logo, não será o padre que vai dizer que eles estão errados.
Por fim, existe uma terceira alternativa para tratar dos ganhos financeiros: trata-los na forma percentual. Isso significa que, se o noivo recebe 10 mil reais e a noiva recebe 5 mil, ele é responsável por 2/3 do que ganha o casal e ela é responsável por 1/3. Seguindo esse raciocínio, se ele é o responsável por 2/3 da receita, ele se responsabilizará por 2/3 das despesas; e se ela é a responsável por 1/3 da receita, se responsabilizará por 1/3 das despesas. Dessa forma, ninguém poderá dizer que está contribuindo mais do que o outro para a relação. Essa forma de administrar o dinheiro é, certamente, mais justo – de uma perspectiva financeira. Estou certo que se aquela juíza do exemplo nº 2 tivesse escolhido esse tipo de administração financeira, os problemas não teriam surgido.
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