Reverendo Pe. Jorge Aquino.
Nos tempos em que vivemos, existe um número cada vez maior de pessoas que vem apresentando esse transtorno que é, popularmente, chamado de TAG ou Transtorno de Ansiedade Generalizada. Se procurarmos uma breve definição, poderíamos dizer que o TAG é um distúrbio marcado por, pelo menos, três características: “preocupação excessiva”, “expectativa apreensiva” e de “difícil controle”, podendo perdurar por, no mínimo seis meses.
Antes de mais nada, precisamos compreender que a ansiedade é uma reação normal na maioria das pessoas diante de certas circunstâncias. Assim, diante de um perigo real de morte, diante de uma prova em um concurso ou diante de uma enfermidade envolvendo alguém muito próximo, a ansiedade pode se apresentar como uma reação absolutamente normal e até esperada.
No entanto, quando estamos diante de uma “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva”, que se manifesta persistentemente e de difícil controle, vindo a ultrapassar no mínimo seis meses e sendo acompanhada por inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono, então, muito provavelmente estamos diante de um caso de TAG. Os elementos que acabamos de citar são encontrados no manual de Classificação de Doenças Mentais (DSM.IV – Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders). Um outro elemento que poderia ser citado e que deveria acompanhar os que já foram apresentados, é a desproporcionalidade da ansiedade frente às causas geradoras do transtorno. Assim, pessoas com TAG estão, em geral, extremamente (desproporcionalmente) preocupadas com saúde, dinheiro, família, trabalho ou escola.
No que diz respeito as causas do surgimento da TAG, os especialistas, em geral, enumeram três causas bastante claras: 1) Causas Genéticas, que incluem fatores hereditários; 2) Disfunções na química cerebral que produz anormalidade na ação de certas células nervosas que conectam regiões cerebrais específicas envolvidas no pensamento e na emoção; e 3) Fatores ambientais, relacionados a estresse no trabalho, abuso, violência, assédio moral, morte de um ente querido, divórcio, profundas mudanças na vida, problemas financeiros ou desemprego.
Se quisermos enumerar os sintomas mais comuns ligados ao TAG, poderíamos enumerar:
- Inquietação;
- Fadiga;
- Irritabilidade;
- Dificuldade de concentração;
- Tensão muscular.
Existem, no entanto, outras queixas que podem também estar associadas ao transtorno da ansiedade generalizada. São elas:
- Palpitações;
- Falta de ar;
- Taquicardia;
- Aumento da pressão arterial; Sudorese excessiva;
- Dor de cabeça; Alteração nos hábitos intestinais;
- Náuseas;
- Aperto no peito;
- Dores musculares.
Devemos também ressaltar que, pessoas com TAG também podem vir a apresentar outros transtornos de ansiedade (como o transtorno de pânico ou fobias), uma maior depressão ou ainda problemas adicionais tais como o uso indevido de drogas ou álcool.
Uma vez diagnosticado com TAG – o que leva em conta sua história de vida e avaliação clínica -, a pessoa deverá ser tratada, com orientação médica, com o uso de medicamentos antidepressivos ou ansiolíticos, além de terapia.
Dito tudo isso, é preciso apresentar algumas recomendações. Em primeiro lugar, se você é visto como alguém com estopim curto, que anda sempre com os nervos à flor da pele e tem muita dificuldade para relaxar, provavelmente chegou a hora de procurar um médico para avaliar esse estado permanente de tensão e ansiedade; em segundo lugar, se você cobra muito de si mesmo, está sempre envolvido em inúmeras tarefas e pressionado pelos compromissos, tente pôr ordem não só na sua agenda, mas também na sua rotina de vida, sem esquecer de reservar um tempo para o lazer. Se não conseguir sozinho, não se envergonhe, peça ajuda.
(ver artigos 1. https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/ansiedade-transtorno-de-ansiedade-generalizada/; 2. https://www.vittude.com/blog/ansiedade-generalizada/)
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