O QUE É SER UM ANGLICANO?
- Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
- 30 de abr. de 2020
- 2 min de leitura
Reverendo Padre Jorge Aquino.
Há muitas pessoas em nosso país que não entende muito bem o que significa ser um Anglicano. Pensando nelas, procurarei apresentar de forma bem sucinta uma exposição sobre esse tema levando em conta os elementos essenciais.
Em primeiro lugar, é importante compreender que “Anglicanos” era o nome dado aos Cristãos que viviam na “Anglia”, ou seja, os “Anglos”, mais tarde, Ingleses. A Igreja Anglicana, portanto, é a vertente do Cristianismo que se desenvolveu nas ilhas Britânicas desde o início do segundo século.
Em segundo lugar, é importante registrar que, o Anglicanismo hoje, é o resultado do acúmulo benfazejo de três afluentes que se somaram e formaram um rio caudaloso. Essas vertentes foram a tradição Celta bretã primitiva, a tradição Romana medieval e a Reforma Protestante. Ser Anglicano significa fazer parte de uma igreja Católica para toda a verdade divina - sem ser Romana -, e uma Igreja Reformada – e que se reforma constantemente -, sem ser cismática.
Em terceiro lugar, nós não temos um teólogo oficial, mas uma forma de fazer teologia. Em função disso, ser Anglicano é adotar uma teologia que é devedora à três pilares fundamentais: as Escrituras, a Tradição e a Razão, não a um autor.
Em quarto lugar, os Anglicanos entendem que sua identidade está fortemente associada ao seu culto (lex credendi lex orandi), o que significa que quando queremos buscar a essência do que significa “ser Anglicano”, devemos nos voltar prioritariamente para o Livro de Oração Comum.
Em quinto lugar, os Anglicanos são fortemente ligados a quatro afirmações de fé conhecidas como “Quadrilátero de Lambeth”. Essas quatro declarações afirmam que a identidade anglicana também tem limites. E esses limites são: 1) afirmamos que as Escrituras são Palavra de Deus; 2) afirmamos que os Credos Apostólico e Niceno são confissões resumidas e apropriadas de nossa fé; 3) afirmamos os sacramentos do Batismo e da Eucaristia como instituídos por Cristo e, finalmente, 4) afirmamos que somos uma igreja episcopal – que zela pelo Episcopado histórico, adaptado a cada realidade local e não um amontoado de comunidades autônomas.
Finalmente, em sexto lugar, somos uma igreja que mantém sua fé e, contudo, continua aberta ao diálogo, à compreensividade e à inclusividade. Não somos uma igreja com “dogmas”, “concílios” ou “bispos” infalíveis. Pelo contrário. Somos uma igreja que durante toda a sua existência cometeu erros, comete erros ainda hoje e, certamente, cometerá amanhã. Mas, cremos que Deus nos chamou mesmo com nossos erros e imperfeições.
Se você se sentiu incluído no que foi dito acima, sinta-se convidado a conhecer a comunidade Anglicana mais próxima de sua residência e viver a fé cristã da forma mais séria e vibrante que você puder.

Comentarios