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O PADRE E SUA FAMÍLIA

  • Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
    Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
  • 30 de jun. de 2021
  • 3 min de leitura

Atualizado: 12 de jul. de 2021

Reverendo Padre Jorge Aquino.

Falar de família é sempre algo extremamente significativo para mim. Pelo fato de ter estudado direito, filosofia e teologia, não posso observar esta realidade de uma forma unilateral, antes, imagino ser bastante enriquecedor fazer uso dos instrumentos que a vida me deu e das oportunidades que vivi para observar a experiência familiar.

Observando a família de uma perspectiva jurídica, aprendemos que, segundo a Carta Magna de 1988, em seu Art 226, “A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. [….]. § 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre homem e mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. § 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes”. Quando, por seu turno, verificamos o que postula o Código Civil, vemos que a família é apresentada no artigo 1.511, da seguinte forma: “Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direito e deveres dos cônjuges”. Desta forma, verificamos que os doutrinadores – como Maria Helena Diniz -, se inclinam a se referir à família como um espaço em que o vínculo jurídico entre o homem e a mulher, livres, que se unem, segundo as formalidades legais, para obter o auxílio mútuo material e espiritual, de modo que haja uma integração fisiopsíquica, e a constituição de uma família”. Como se pode verificar, a tônica em torno da qual o aspecto jurídico trata da família, gravita sempre em torno de direitos e deveres. Esse é o conteúdo do capítulo que trata do Direito de Família.

Ocorre que, quando olhamos para a família de uma perspectiva das ciências humanas, compreendemos que ela vai além daquela realidade costumeiramente ou tradicionalmente visualizada em nossa sociedade – sendo transferida para os códigos legais - e que diz respeito à existência de um pai, uma mãe e seus filhos naturais ou adotivos. Hoje, por exemplo, já podemos falar, pelo menos, de família patriarcal, matriarcal, ampla, matrimonial, informal, simultânea, monoparental, unipessoal, anaparental, homoafetiva e eudemonista. Assim, podemos dizer que uma família é um grupo doméstico no qual se estabelecem relações de parentesco que podem ser criados pelo sangue, casamento ou adoção. Sendo o grupo social primário, ela representa o primeiro contato do indivíduo com a sociedade. Sendo a sociedade uma realidade em constante mutação, compreende-se que a idéia de família também passa por uma constante mudança.

De uma perspectiva teológica, aprendemos que a família é o resultado do plano de Deus, para tornar o ser humano mais feliz. Eis a razão pela qual Deus diz, no livro de gênesis, que “não é bom, para o homem, que ele esteja só”. A solidão é, desta forma, um dos inimigos a ser vencido pela existência de uma família. Além disso, a família proporciona o crescimento social, a interação pessoal, o prazer físico e reprodução e tantas outras benesses que não devem ser desconsideradas.

Nós, sacerdotes anglicanos, temos a possibilidade de casar. Esta condição, por si só já é uma bênção extraordinária. E, assim o é, porque as Escrituras ensinam claramente que o casamento dos presbíteros ou bispos, seria um espaço de graça, no qual o servo de Deus poderia exercitar sua vida espiritual. E assim o foi em toda a igreja católica até que, a igreja de Roma, estabeleceu o celibato obrigatório para os sacerdotes, no século XVI.

Ocorre que, se os padres anglicanos podem casar, é de se esperar que, alguns deles, acabem, infelizmente, passando pela difícil e sofrida experiência da separação. E escrevo isso como quem tem experiência no assunto. Mas, mesmo assim, nosso Deus sempre deseja que tenhamos o melhor para nossas vidas. Por isso, sempre abre as portas para que tenhamos uma outra chance de ser feliz. Deus não deseja a infelicidade para seus filhos, mas que eles sejam plenos em suas vidas.

Foi isso o que ocorreu comigo. Deus me presenteou com uma outra oportunidade de ser feliz. Agora, ao lado de uma pessoa forte, decidida, inteligente e profundamente politizada. Fico feliz em tê-la encontrado e, com ela, acabei ganhando de brinde três filhos e quatro netos. Na foto, minha esposa Mônica, minha enteada mais jovem e o primogênito de meu enteado mais velho. Deus é fiel!!








 
 
 

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