O FIM DA COMUNHÃO ANGLICANA?

Reverendo Padre Jorge Aquino.

Recentemente, o ex-arcebispo de Cantuária, Dr. Rowan Williams, disse em uma de membros da The Episcopal Church, na diocese de Los Angeles, que a Comunhão Anglicana está “fraturada” e que, agora, o que existe é uma família anglicana. Em suas palavras, “A ‘família’ anglicana é menos sobre a solução de problemas e mais sobre a criação de oportunidades para gratidão, conexão e compreensão mútuas”. Com essas palavras, o Dr. Williams ainda procurar apontar para alguma espécie de relacionamento entre as diversas Províncias Anglicanas do mundo, mas não consegue esconder o verdadeiro cisma que separa a antiga Comunhão Anglicana.

Procurando aprofundar sua tese, ele diz: “Estou dizendo ‘família anglicana’ em vez de ‘comunhão anglicana’ porque somos uma comunhão muito fraturada, mas ainda somos uma família – como muitas famílias, brigando até que as vacas voltem para casa”, disse ele. O que ele não pode esquecer é que, quando assumiu a cátedra de Cantuária – em 2002-, ainda existia uma “Comunhão Anglicana” que poderia ser comparada a uma “família feliz”. Depois de sua saída abrupta em 2013, o que existia eram duas “famílias” de Anglicanos alinhados por agendas bastante distintas em torno de temas que jamais foram enfrentados adequadamente por ele e, ao que parece, também não está sendo pelo seu sucessor Justin Welby.

Se o caminho para a “Comunhão Anglicana” deverá ser a de uma Federação de Províncias autônomas ou outro tipo de formatação, somente a reunião de Lambeth 2020 poderá dizer. O que, por enquanto, nos parece claro, é que a “Comunhão Anglicana” jamais será no futuro o que ela já foi no passado. Falta pouco para vermos o que ocorrerá.