Padre Jorge Aquino.
É importante que sempre levemos em consideração que, buscar aquilo que hoje chamamos de um Cristianismo Progressista, não se quer, com isso, abandonar o que está posto ou destruir toda a tradição construída por dois milênios de meditação, erudição e produção artística, litúrgica e teológica.
Aquilo que chamamos de Cristianismo Progressista traz consigo uma série de afirmações e postulados. O primeiro deles, julgamos ser bastante fundamental. Ele afirma que o Cristianismo Progressista “Acredita que seguir o caminho e os ensinamentos de Jesus pode nos levar a ter uma consciência e experiência do Sagrado e da Singularidade e Unidade de toda a vida”.
Este movimento que nomeamos de Cristianismo Progressista é, em primeiro lugar, um movimento que se identifica com o Cristianismo porque pretende manter o seguimento do que entendemos ser “o caminho”, mas também “os ensinamentos” de Jesus. Isso significa que aquilo que Jesus fazia e aquilo que Jesus ensinava, ocupa um espaço significativo, fundamental e até único, em nosso projeto pessoal de existência.
Em segundo lugar, acreditamos firmemente que o Cristianismo Progressista tem o condão e a capacidade de nos levar a ter, não apenas uma nova “consciência”, mas também uma nova “experiência”. Com uma nova consciência, aprendemos a ter um novo propósito para nossa existência; e ter uma nova experiência implica em buscar uma nova forma de nos relacionar com o mundo que nos cerca. Assim, desenvolver novas consciência e experiência, implica em modificar valores, fundamentos, fins e alvos para nossa vida, identificados com os valores e projetos pregados e vividos por Jesus.
Finalmente, em terceiro lugar, o Cristianismo Progressista inevitavelmente nos fará enxergar de uma forma diferente o Sagrado, a Singularidade de nossa existência, bem assim, a absoluta Unidade de toda a vida. Dessa forma, o Cristianismo Progressista, seguindo o ensinamento de Jesus, (1) descola o Sagrado das religiões - ao acusar as religiões instituídas de hipocrisia e de arrogância; em seguida, o Cristianismo Progressista (2) ressalta a singularidade e importância de cada pessoa – independente de sua condição social, sua cor, sua identidade de gênero, sua etnia e suas peculiaridades; bem assim que o Cristianismo Progressista (3) nos faz ver a Unidade de toda a vida. Com essa última informação queremos dizer que não apenas toda a vida está em uma plena interdependência – o que nos leva a entender que o todo não é apenas a soma das partes -, mas que, acima de tudo, todos nós, se existimos, somente existimos porque existimos em Deus – assim não existe uma vida autônoma, mas somente teônoma.
Ser Cristão, dessa forma, não significa ter que sacrificar sua inteligência ou lobotomizar seu cérebro para continuar se afirmando Cristão. Não! Acredito firmemente que o Cristianismo Progressista é a alternativa para a religião instituída em nossa sociedade e que somente se preocupa com sucesso, poder, dízimo e likes. Jesus é e sempre será o modelo padrão de nossa vida e existência.
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