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O CRISTIANISMO E AS QUESTÕES AMBIENTAIS

  • Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
    Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
  • 10 de nov. de 2022
  • 4 min de leitura

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Reverendo Pe. Jorge Aquino.

Neste momento, os olhos de todo o mundo se voltam para o Egito, onde se reúne a Cúpula Mundial do Clima, a COP 27, no Centro de Convenções de Sharm El Sheikh, com a presença de representantes de centenas de países, cientistas e membros da sociedade civil e ONGs.

Muito embora esse tema esteja presente em qualquer discussão que busque ter alguma relevância em nossos dias, para os cristãos, esta é uma questão que parece ainda não ter produzido um amplo debate que nos faça assumir alguma conclusão significativa e relevante para nosso mundo. Pensando nisso, levanto aqui os principais temas e razões pelas quais a defesa do meio ambiente é fundamental para nosso testemunho cristão. Com a finalidade de tratar desse tema, nos serviremos que um caso padrão para todos nós brasileiros, o caso Amazônia, como um exemplo do que pode acontecer – e acontece – em outros biomas de nosso país e em outros lugares no planeta. Dessa forma, eis nossas teses que afirmamos acerca desse tema fulcral para todos os habitantes do planeta.

Em primeiro lugar, entendemos que a defesa do meio ambiente, particularmente de nossa maior reserva florestal – que é a Amazônia -, deve ser destacada em razão do perigo a que todos nós estaremos sujeito se não preservarmos nossa rica floresta Amazônica e, de resto, os demais biomas de nosso país. O maior perigo ao qual nos submetemos com o desmatamento desenfreado da Amazônia, é o desequilíbrio climático em nosso país e em nosso continente. Sem as arvores da Amazônia, teremos temporais mais fortes a cada ano e secas cada vez mais intensas espalhadas pelo país, além de um claro desequilíbrio do clima. Por óbvio, essas mudanças tendem a contribuir definitivamente no desequilíbrio em outras partes do planeta, produzindo muita dor e insegurança.

Em segundo lugar, cremos que a defesa da Amazônia implica na proteção de elementos que compõem nossa rica fauna e flora – muitos dos quis ainda desconhecidos – e das eventuais vantagens financeiras que o estudo e a eventual criação de vacinas e medicamentos podem redundar.

Em terceiro lugar, cremos que proteger a Amazônia implica, necessariamente, na proteção dos povos originários – o que envolve sua cultura, língua, tradições, etc. -, que já habitavam esses mesmos lugares antes mesmo da chegada do homem branco com – muitas vezes – doenças, vírus e novos valores que são impostos sobre esses povos ancestrais. Fazer isso, implica em reforçar e fortalecer os instrumentos legais e as instituições que atuam como protetores dessas terras e que impede que elas sejam objeto de ação de grileiros e do garimpo ilegal.

Em quarto lugar, acreditamos que proteger a Amazônia implica em combater frontalmente o desmatamento com a finalidade de manter de pé as árvores que vão emitir oxigênio, manter a umidade e diminuir os níveis de Co2 que cresce hoje em nossa atmosfera e que é responsável pelo aquecimento global e o derretimento das calotas polares e de inúmeras geleiras. Somente assim, será possível manter os níveis dos oceanos nos níveis em que se encontram hoje e, sobretudo, evitar o aumento global do clima, o que, inevitavelmente poderá produzir maior calor na Europa, mais furacões no Golfo do México e no centro dos Estados Unidos, e a desertificação de inúmeros lugares no planeta, inclusive no Brasil e as enormes enchentes que se espalham pelo mundo.

Para concluir, é necessário colocar que, durante séculos, nós nos comportamos preocupados apenas com o progresso a qualquer custo, como se não houvesse amanhã. O lucro era nossa meta e, em razão disso, não observamos responsavelmente nosso planeta.

No entanto, chegou o momento de investir em uma economia de baixo carbono, que combata os combustíveis fósseis e que tenha políticas climáticas que atendam os refugiados climáticos que crescem a cada dia. É preciso, portanto, começar a pensar em uma política de reparação ou compensação para com os países mais pobres e que não são responsáveis pela condição climática que estamos submetidos, ajudando-os a resistir às consequências. Afinal, não existe um “Planeta-B” como alternativa.

Na condição de cristãos, precisamos olhar para a obra da criação de Deus e repetir as mesmas palavras: “E viu Deus que tudo era muito bom!”. Infelizmente não podemos dizer isso hoje. No entanto, assim como toda a “criação geme” esperando a nova realidade que há de surgir com a vinda do Reino, nós que temos o compromisso com esse Reino, também precisamos pugnar para que nosso planeta seja, verdadeiramente, um reflexo de toda a ação maravilhosa de Deus e de seu amor para conosco. Só não temos a liberdade de assistir impassíveis a história passar por nós, sem que estejamos prontos a dar a nossa cooperação para a sobrevivência de milhões de pessoas que, caso nada seja feito, serão afetadas com as inevitáveis mudanças que afetarão nossa casa comum. Por isso, isso que dissemos sobre nossa linda floresta amazônica, deve ser, também, verdade para todos os rincões de nosso planeta.

Assim, na condição de cristãos, devemos atentar para as questões ambientais, afinal, Deus criou todas as coisas e delegou-nos o seu cuidado: “tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no Jardim do Éden para o cultivar e guardar” (Gênesis 2:15). Ademais, no livro dos Salmos (19:1) lemos: “os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos”. Portanto, afirma a reverenda Metodista Ângela Dias “Amemos Sua criação, por ser uma manifestação de Sua glória, que destruímos cada vez que devastamos a natureza. O Senhor não fez nada em vão, tudo está dentro de Seu plano e desrespeitar a natureza ou ignorar seus pedidos de socorro é ir contra a vontade divina”. Por isso, devemos sempre lembrar que essa é uma preocupação presente nas Escrituras como, por exemplo, o Salmo 104. Quantas vezes o Senhor recorreu à natureza – em suas parábolas -, para ensinar seus discípulos? É, em razão disso tudo, nosso dever como cristãos e como mordomos da criação, pugnar pela preservação do meio ambiente, a fim de que as futuras gerações também possam usufruir das bênçãos naturais que são graças de Deus.

 
 
 

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