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NÓS CONTINUAMOS ANGLICANOS

  • Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
    Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
  • 25 de jul. de 2018
  • 3 min de leitura
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Reverendo Padre Jorge Aquino.

Muito embora, ao que parece, depois do encontro da GAFCON III a Comunhão Anglicana vá ter que conviver com uma outra instituição que pretende ter as mesmas prerrogativas, ainda que assumindo uma postura oposta à que é predominante nos estamentos de poder da Comunhão Anglicana, acredito que esse é um bom momento para se refletir sobre o papel das Igrejas Anglicanas Continuantes.

Como sabemos, o Movimento Anglicano Continuante, que pode ser compreendido por meio da leitura da “Afirmação de Saint Louis” -, emitida pela Sociedade dos Clérigos Zelosos em 17 de setembro de 1977, representa hoje uma parcela bastante significativa dos anglicanos no mundo, muito embora, bem menor do que os membros da Comunhão Anglicana. Pois bem, lendo a “Afirmação” que dá origem ao Movimento, percebemos claramente que seus membros não se consideram parte de uma outra comunidade de fé, mas acreditam fazer parte do mesmo Anglicanismo de seus pais.

Na seção que trata da “CONTINUAÇÃO DO ANGLICANISMO”, podemos ver qual o espírito que movia aqueles clérigos: Nós afirmamos que a Igreja de nosso pais, sustentada pela Trindade Santa, ainda vive, e que nós, temos sido movidos pelo Santo Espírito a caminhar unicamente neste caminho, estamos determinados a continuar na Fé Católica, na Ordem Apostólica, na Adoração Ortodoxa e no Testemunho Evangélico da tradicional Igreja Anglicana, fazendo todas as coisas necessárias para a continuação da mesma”.

Além de se verem como pessoas que desejam CONTINUAR sendo identificados como Anglicanos, é visível que, para eles, a figura do Arcebispo de Cantuária possui um papel de extrema importância. Eis a parte do documento que trata do assunto, chamada de: “DA CONTINUIDADE DA COMUNHÃO COM CANTERBURY”. Aqui, os reverendos dizem: Nós afirmamos que persistimos na relação de comunhão com a Sé de Canterbury e com todas as porções fiéis da Comunhão Anglicana Mundial”. E como consequência, continuam, “com a firme confiança na Divina Providência (…) nós afirmamos, comprometemo-nos e declaramos que nós, legais e leais membros das Igrejas Episcopais, hoje e no futuro continuaremos e seremos a Igreja Anglicana unificada e continuante na América do Norte, segundo a verdadeira e válida Sucessão Apostólica”. Se a Sé de Cantuária não se manifesta a respeito criando uma agenda positiva para fazer existir um diálogo que já está mais do que atrasado, paciência!

O restante do documento possui aspectos da agenda e da credenda que norteiam o Movimento Anglicano Continuante e apontam um caminho a seguir. No entanto, o que quero destacar, são as duas ênfases que estavam presentes na década de 70 do século passado nas mentes desses homens: Eles acreditavam que continuavam sendo Anglicanos, muito embora discordassem das decisões tomadas pelos Sínodos nacionais nos Estados Unidos e no Canadá, e eles acreditavam continuar sendo espiritualmente ligados ao Arcebispo de Cantuária. Esta “continuidade da comunhão” com Cantuária fez com que a Conferência de Lambeth 88 contivesse uma resolução pedindo para que os instrumentos eclesiásticos da Comunhão facilitassem o diálogo com os Anglicanos Continuantes.

Diante da polarização que se pode verificar hoje, o Movimento Continuante acaba sendo uma terceira via, que oficialmente ainda não dialogou nem com a Comunhão Anglicana nem com o GAFCON. Estou absolutamente convencido de que o Movimento Continuante precisa, antes de iniciar esse diálogo, ser capaz de – interna corporis – resolver suas questões e estabelecer ao menos um Instrumento que possa falar em nome das muitas Províncias e Igrejas Continuantes. Esse é um trabalho para os Bispos e Arcebispos de nossas comunidades: serem capazes de aglutinar a maior parte dos Anglicanos Continuantes, a fim de mantermos um diálogo minimamente representativo tanto com a Comunhão Anglicana quanto com o GAFCON e as Províncias a ele ligadas.

Não resta dúvida que continuamos anglicanos. Se, no entanto, seremos capazes de por em prática os elementos básicos que nos fazem ser quem somos – a inclusividade e a compreensividade -, ao lado do desejo real de desenvolver um diálogo frutífero, o futuro nos dirá. Caberá aos nossos Bispos – sinais de unidade -, segundo nossa eclesiologia, darem os passos necessários para que o “encontro do povo de Deus” ocorra, ajudados pelos teólogos e pelos demais clérigos de nossas comunidades.

 
 
 

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