NON SUNT ANGLI, SED ANGELI!

Reverendo Padre Jorge Aquino.

Dizem que um certo dia do ano de 590 d.C., em Roma, o papa Gregório o Grande, quando ainda era abade do mosteiro de Santo André, percebeu a existência de algumas crianças loiras e de pele clara à venda em um mercado de escravos no Foro Romano. Ele se aproximou e perguntou quem eram. A resposta que ouviu foi: “Angles”, ou seja “Anglos”; imediatamente Gregório fez um dos mais famosos trocadilhos da história. Ele disse: “non sunt Angli, sed angeli, ou seja, “não são anglos, mas anjos”.

O fato é que a ideia pegou e fez discípulos. Ela foi utilizada outra vez pelo Venerável Beda em 732, que levantou a tese de que as pessoas os povos das “terras baixas” da Grã Bretanha eram chamados de “ingleses” porque essa era uma palavra derivada de “Angli”, ou seja, “Anjos”.

Uma vez fracassada seu interesse de ir como missionário evangelizar os ingleses, no ano de 596, quando já era Papa, Gregório enviou à Grã-Bretanha uma missão apostólica para recristianizar àquela região. Para tanto, ele escolheu cerca de 40 monges de seu antigo mosteiro de Santo André sob a liderança de seu prior Agostinho. Sobre essa iniciativa, o escritor inglês Edward Gibbon afirmou: “César teve necessidade de seis legiões para conquistar a Grã-Bretanha. Gregório conseguiu isso com 40 monges”.

Óbvio que afirmar que todos os ingleses eram anjos isso seria uma presunção absurda, e, por isso, os habitantes celtas da ilha continuam, até hoje, se referindo aos ingleses como saxões, ou seja, como Sassenachs ou estrangeiros. Afinal os saxões tiveram sua origem ao redor do Elba e, somente depois suas tribos vieram para a Inglaterra. Não, os ingleses são o que sempre foram, saxões, sem nenhum elemento de espiritualidade. No entanto, tanto os ingleses quanto os cidadãos de todas as demais nações do mundo, precisam conhecer o Evangelho de Jesus e reconhece-lo como Senhor.