JUSTIÇA SEJA FEITA!!!!

Reverendo padre Jorge Aquino.

Eu passei boa parte dos meus últimos dez anos ensinando disciplinas em Faculdades de direito. Uma das matérias que eu ensinei foi “Deontologia e Ética Jurídica”, que procura discutir os aspectos deontológicos da ética do advogado. É claro que, infelizmente, já tive a oportunidade de pegar um aluno colando na prova de Ética. Mas, afinal, para o bem da sociedade, ele não conseguiu lograr êxito e praticar a advocacia.

Mas, semana passada fiquei chocado com uma história que ouvi de um amigo. Ele havia recebido uma determinação judicial para pagar uma pensão alimentícia – além da qual ele já paga – e que dizia respeito a 6 meses de trabalho em 2015, numa empresa, aqui em nossa cidade. Segundo a advogada da parte autora, a empresa nunca depositou o que deveria, durante esse período e, portanto, esse meu amigo, deveria fazer o pagamento da quantia que faltava, acrescido dos juros.

Até aqui tudo parece normal. Uma advogada pede que a justiça interpele uma pessoa para que ele pague a quantia que, por alguma razão, não foi paga. Ocorre que, quando ele me mostrou a documentação da advogada e a manifestação da empresa dizendo por que não fez o depósito da pensão alimentícia, descobre-se algo verdadeiramente surpreendente. A empresa envia para a juíza um documento dizendo, que não fez o depósito da pensão alimentícia entre julho e dezembro de 2015, porque o empregado havia sido demitido em 2009! O que eu devo pensar?

O que devo pensar de uma advogada que dá entrada com um pedido desse porte sem sequer prestar a atenção a um “pequeno detalhe” como esse, qual seja, o de que a pessoa não trabalhava na empresa no período mencionado? Afinal essa advogada é apenas displicente ou distraída, ou ela é mesmo mal-intencionada e estava procurando ludibriar a juíza? Justiça seja feita!!!! O nome disso é litigância de má fé e, se a juíza do caso honrar a toga que veste, vai chamar essa atitude pelo nome que tem e fazer, realmente, justiça.