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ESCOLHA BEM SEUS PADRINHOS

Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝Reverendo Padre Jorge Aquino ✝

Padre Jorge Aquino.

Particularmente tenho a impressão que a escolha dos padrinhos, com o passar do tempo, vem se tornando algo sem muito propósito. Para poder fundamentar essa afirmação, devo apresentar uma argumentação que seja minimamente lógica. Doutra sorte estarei fazendo uma afirmação leviana e sem embasamento conceitual ou empírico.

Pois bem, para fundamentar minha afirmação, principio com uma questão: afinal o que é um padrinho? É de domínio comum que a noção de padrinho, ou de apadrinhamento, está relacionado com uma eventual substituição dos pais, ou com o ato de assumir suas obrigações.

No cristianismo dos primeiros séculos, os “padrinhos” eram cristãos mais experientes que tinham a responsabilidade de instruir um eventual convertido oriundo do paganismo, acerca das principais verdades da fé cristã. Quando o convertido estivesse pronto, os “padrinhos” o levaria até o ministro para que ele pudesse declarar publicamente sua fé em Cristo – e sua nova vida -, por meio do batismo. Os “padrinhos” eram, portanto, “pais” espirituais que tinham a preocupação de nutrir a criança até que ela chegasse à maturidade e fosse, assim, batizada.

Quando pensamos no casamento, o raciocínio não é muito diferente. O “padrinho” de um casamento deve assumir a responsabilidade de atuar como um pai atuaria, levando seus filhos à maturidade da vida conjugal.

Ora, se o raciocínio for esse, quais os critérios que deveríamos utilizar para escolher um padrinho? O primeiro deles deve ser – tanto no caso do batismo, quanto no do matrimônio -, a maturidade cristã e um compromisso verdadeiro para com Cristo e para com uma vida cristã autêntica. Um segundo critério poderia ser encontrado no compromisso verdadeiro para com quem será batizado ou com o casal que vai se casar. Em ambos os casos, penso que a amizade sincera seria um pressuposto imprescindível.

Ora, depois dessa abordagem e dessa argumentação teórica, passemos agora a fazer algumas considerações práticas ou empíricas. A primeira, e mais escandalosa das afirmações que ouso fazer, com base em mais de 30 anos de ministério ordenado, é que boa parte das pessoas acaba escolhendo seus padrinhos por critérios relacionados ao status social ou a eventuais benesses que possam auferir.

Uma segunda observação que percebo, é que os padrinhos pouco estão comprometidos com os valores cristãos, necessários para ajudar um casal em uma eventual necessidade. Eles estão interessados mesmo, é com a festa que vai acontecer depois da cerimônia. Em outras palavras, a preocupação dessas pessoas é apenas com os “comes e bebes”. Pasme! Já realizei um casamento em que um casal de padrinhos – que deveriam ser os primeiros a chegar – não haviam chegado nem depois do encerramento da cerimônia, para poderem assinar o livro da Igreja. Detalhe, a cerimônia atrasou quase quarenta minutos.

Diante de uma realidade assim, em que os “padrinhos” não têm sequer a “gentileza” de chegarem a tempo para a cerimônia religiosa, será que eles têm o “compromisso” de agirem cristãmente apoiando o casal em seus problemas e dificuldade? Afinal, que tipo de padrinhos você escolherá para o batizado de seu filho ou para apoiarem você e seu cônjuge na vida matrimonial? Diante do exposto, resta demonstrado que hoje, muitos padrinhos são escolhidos sem o propósito adequado.

Espero que, quando chegar a sua vez de escolher os padrinhos, seus critérios sejam os mais profundos e adequados possíveis. Somente assim você sempre poderá contar com o apoio e a ajuda de seus padrinhos em todos e quaisquer crises que eventualmente você venha a passar.

 
 
 

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