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DESMISTIFICANDO LENDAS

  • Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
    Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
  • 29 de mai. de 2018
  • 3 min de leitura


Padre Jorge Aquino

Padre Jorge Aquino

Muita gente, hoje em dia, está envolvida na área de casamentos. A impressão que eu tenho é que isso virou um negócio bastante lucrativo para muitos. O problema é que, quanto mais pessoas entram no “negócio”, mais ameaçados se sentem aqueles que tratam isso exatamente assim, como um negócio. E por isso, passam a fazer campanhas difamatórias contra aqueles que poderiam se tornar “concorrentes” em potenciais. Pensando nessa realidade não tão agradável, gostaria de trazer alguns esclarecimentos para aqueles que já se acostumaram a ler meus textos.

Em primeiro lugar, gostaria de dizer que, para um sacerdote, celebrar casamentos é um ministério, não um ganha pão. Existem muitas pessoas que vivem disso. Sem isso elas não conseguiriam pagar suas contas e, por isso, elas investem de forma profissional – e muitas vezes pouco ética – nessa atividade. Eu sou sacerdote, não um negociante. Por isso não preciso criar nenhuma artimanha para fazer o que sempre fiz desde que fui ordenado. É claro que, como diz a Bíblia, “Digno é o obreiro de seu salário”. Mas não tenho como profissão ser “celebrante de casamentos”. Sou sacerdote Anglicano e isso me basta.

Em segundo lugar, como sacerdote, estou absolutamente convencido de que um matrimônio é o lugar mais adequado do mundo para se falar do amor. Jamais utilizaria o tempo de minha homilia para dar aula de teologia ou catequese. Mas não estranho os que acusam os padres e pastores de fazerem isso. Como eles são vistos por essas pessoas como “concorrentes”, eles acham que é preciso desqualificar a concorrência. Por isso “plantam” essas informações onde podem.

Em terceiro lugar, um ministro religioso – de uma religião legalmente estabelecida – é, sim, um juiz de paz eclesiástico, podendo realizar cerimônias religiosas com efeito civil e mesmo, conforme afirma o Código Civil, cerimônias religiosas “sem prévia habilitação” legal que poderão vir a ser recepcionadas no cartório e transformadas em casamento civil. Se alguém disser o contrário está atentando contra a verdade.

Em quarto lugar, uma cerimônia religiosa pode, sim, ser adaptada e formatada para se adequar a um determinado padrão. Há quem diga que a cerimônia religiosa não pode “isso ou aquilo” e precisa seguir sempre um mesmo ritual. De plano, registro que há uma diferença entre “rito” e “cerimônia”. E somente quem estudou teologia sabe disso. Dito isso, é preciso que saibamos que, no rito, existem elementos que são essenciais e outros que são acessórios. Peca contra a verdade, quem diz que os sacerdotes não podem fazer celebrações que sejam mais personalizadas e adequadas a cada situação. É justamente para dirimir essas questões que eu me encontro com os casais e, ao interagir com eles, exponho todo o rito e discuto sobre como seria a cerimônia.

Por fim, em quinto lugar, é um grande engano dizer que um padre ou um pastor não pode fazer uma cerimônia ecumênica. Primeiro, essas pessoas seque sabem o sentido da palavra “oikomene”; segundo elas desconhecem que cada religião possui seus cânones ou suas regras e que elas normatizam essa situação. O Código de Direito Canônico da Igreja Romana e os Cânones Anglicanos, falam sobre o tema. Particularmente, já celebrei matrimônios entre cristãos e mulçumanos, bem como entre cristãos e judeus. E todos saíram felizes e abençoados por Deus, que não é propriedade de religião ou denominação alguma.

Encerro minhas palavras dizendo que, durante minha vida acadêmica, aprendi com excelentes professores o que é uma liturgia e qual sua finalidade. O que é o matrimônio, sua origem, sua importância e os passos de sua celebração. Passei quatro anos internado em um Seminário estudando a teologia cristã. O que vocês me verão fazer em uma cerimônia é aquilo que um ministro religioso cristão tem a autoridade para fazer. Um leigo, ou alguém que não sabe a diferença entre um casamento e um matrimônio, entre o rito e a cerimônia, entre um padrinho e uma testemunha, entre os “votos eclesiásticos” e uma “mensagem de amor” lida, uma pessoa que procura apenas reinventar a roda, é diferente de um sacerdote ordenado. Ele pode até fazer uma “mímica” de padre ou pastor. Mas todos sabemos que, no fundo, tudo aquilo nunca passará disso, apenas uma mímica ou uma pantomima. Caso você deseje se engar, fique à vontade. Mas não diga que não conhece a verdade.

 
 
 

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