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CUIDADO COM O RETROVISOR…

  • Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
    Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
  • 4 de dez. de 2019
  • 3 min de leitura
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Reverendo Padre Jorge Aquino.

O retrovisor, conforme sabemos, é um dos itens indispensáveis para quem deseja trafegar com segurança no trânsito em nossas estradas. Ele nos permite olhar para trás e observar os veículos que se aproximam, com que velocidade fazem isso e para que lado eles se deslocam.

Mas o retrovisor também tem sido usado como metáfora para muitos gestos e atitudes que eventualmente fazemos. Referindo-me diretamente aos casais, tenho a impressão que o excesso de uso do retrovisor pode ser particularmente perigoso para a saúde conjugal.

Quando os casais olham excessivamente para o retrovisor eles acabam por correr o risco de cometerem dois erros perigosíssimos: se focam no passado e se tornam reativos. Quando casais olham excessivamente para o retrovisor, boa parte de sua conversa e de seus debates se focam no passado. O que os dois fizeram antes de se conhecerem e de se casarem, com quem namoraram ou casaram, quais as escolhas que foram feitas, se foram certas ou erradas, influenciam sim o presente, mas devem permanecer no passado. Se erros ou acertos foram cometidos antes da relação, eles não devem mais servir de razão suficiente para discussões, a menos que haja reincidência. Não há porque discutir coisas que não dizem respeito ao casal, mas que ocorreram em uma outra circunstância. Casais inteligentes precisam olhar para frente. Pra frente é que se anda, diz a musica. As Escrituras também nos orientam a “esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo pelo prêmio da vocação celestial que estão adiante” (Filipenses 3: 13, 14). Casais inteligentes olham para frente quando são capazes, por exemplo, de construírem sonhos em comum. Estabeleçam alvos para a vida dos dois e sonhem com a realização destes alvos.

O segundo problema para casais que olham muito pelo retrovisor é que eles se tornam reativos. Uma das maiores conseqüências da reatividade, principalmente quando se reage a um fato passado e já resolvido, é que o foco se volta novamente para trás e com ele ressurgem os sofrimentos, as vergonhas e as dores de todas as espécies. Permitir que o que não existe mais influencie tão fortemente uma nova relação é tolice. Ora, nenhum relacionamento que produza dor e vergonha de uma forma freqüente é saudável e tem vida longa. Casais inteligentes são proativos e não reativos. A proatividade implica no desenvolvimento de novas atividades e temáticas agregadoras que venham a somar e não a dividir a relação. Casais proativos estabelecem metas e princípios comuns que devem ser respeitados pelos dois porque estabelecidos pelos dois.

Quando somamos a capacidade de sonhar à vontade de desenvolver atividades conjuntas e prazerosas, deixamos de olhar para trás e nos focamos no futuro da relação. Ao invés de assumir uma postura de demolição de algo que nem existe mais, nos focamos em construir uma relação criativa, real, cheia de encanto e deleite. O casamento se torna, assim, um processo de edificação em que os dois estão envolvidos na qualidade de mutuários. Ora sabemos que todo processo de edificação e de construção exige esforço, denodo, suor, cuidado e atenção. Da mesma forma, para mantermos nossos olhos voltados para frente precisamos ser atentos para o alvo ou para o norte que queremos atingir. Não podemos desviar a atenção com questiúnculas já resolvidas, que não nos dizem respeito e que em nada ajudam a relação. Olhar para frente, para o para-brisa, deixando para trás o que já passou, eis um dos segredos do sucesso do casamento.

Tudo o que foi dito até aqui, diz respeito a casais que vivem “em condições normais de temperatura em pressão”. Mas preciso reconhecer que há casais que sofrem, e sofrem muito em razão de problemas do passado. Refiro-me particularmente, aos casais que precisam conviver com uma espécie de “perseguição obsessiva” neste trajeto da vida. Explico melhor. Há casais que são sistematicamente alvos da ação maligna de um ex-cônjuge que não aceita a felicidade daquele ou daquela com quem fora casado e que agora vive uma nova relação. Neste caso, excepcionalmente, o casal precisa olhar para o retrovisor como medida de segurança, para prevenir qualquer tipo de ação daquela pessoa que, motivada pela inveja, e muitas vezes manipulando um filho(a) da relação anterior, procura inviabilizar sua felicidade.

Neste caso todos os atos de quem trafega por esta estrada da vida precisam ser tomados à dois. Marido e mulher precisam ser piloto e navegador. É preciso que haja uma “sintonia fina” para definir os melhores caminhos a serem trilhados e as melhores atitudes a serem tomadas. Acredite, as melhores atitudes a serem tomadas quando se envolve um ex que não quer “largar o pé” de seu cônjuge, precisam ser tomadas à dois. As rupturas precisam ser feitas de forma clara, os limites estabelecidos com nitidez, mas, mais do que nunca, a relação do casal precisa ser feita de forma harmônica para que, enfim, esta sombra desapareça do retrovisor e todas as atenções sejam voltadas para frente.

 
 
 

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