CUIDADO COM O PADRE INVEJOSO E PSICÓTICO
- Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
- 9 de ago. de 2018
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Reverendo Padre Jorge Aquino.
Esta manhã acordei e, quando comecei a entabular uma conversa com minha esposa, tive uma notícia desagradável. Uma colega de trabalha dela ligou enquanto eu já estava dormindo e contou uma história estapafúrdia. Essa jovem disse que tinha acabado de chegar de um “Chá-bar” de uma amiga e que descobriu lá que a noiva iria casar com um padre Anglicano. “Que legal! Então você vai casar com o marido de minha colega de trabalho, o padre Jorge!” Disse ela. Ao que, a noiva imediatamente retrucou dizendo que jamais casaria com o padre Jorge Aquino porque ele é um falso, um hipócrita e que se aproveitava para trair a esposa com os alunos e alunas da faculdade em que ensinava. É claro que a colega de trabalho de minha esposa estranhou a narrativa; até porque ela me conhece e sabe um pouco de como é nossa rotina diária. Mas o que ficou mais claro é que esse tal “padre” Anglicano acaba usando os encontros para “captar” noivos que eventualmente estariam buscando que eu realizasse sua cerimônia. Com respeito a isso, gostaria de pontuar três temas.
1. Dos fatos.
Em primeiro lugar, eu conheço esse tal “padre” anglicano e o acompanhei durante uma parte de sua formação. Inclusive presenciei alguns de seus problemas psicológicos. Quando ele frequentava a minha casa, minha esposa sempre dizia para que eu tivesse cuidado com ele, vez que ele não parecia ser uma pessoa honesta. Eu nunca dei ouvidos a ela. Mas um dia eu a levei até a casa dele, onde fomos pegar uma encomenda. Naquele dia ela ficou mais convencida ainda da condição mental do tal “padre”, ao olhar para as feições dele – até porque minha esposa trabalhou durante anos em uma clínica psiquiátrica e fez especialização em enfermagem psiquiátrica. Ela, para provar que tinha razão, me convenceu a convidar o tal “padre” para irmos a uma pizzaria. Tudo marcado, todos chegaram e pedimos a pizza. Mas minha esposa perguntou se ele gostaria de tomar uma cerveja. Ele acenou que sim e pedimos uma. Depois outra, e outra. E, quando ele já estava na quarta cerveja, começou a falar dos problemas pessoais que tinha com sua esposa (à época) e de como ela já não o procurava mais. Isso o fez assinar todos os canais de sexo da Sky e a passar a sair com seus alunos e alunas, depois da aula, para motéis. Inclusive, no dia seguinte ele me convidou para sair com ele – e minha esposa ouviu tudo já que o telefone estava em viva voz, ficando horrorizada. Eis que, meses se passaram e a bomba estourou. Ele estava trocando mensagens obscenas pelo facebook com uma pessoa na madrugada e, quando a esposa acordou e não o viu na cama, foi até o escritório e viu a toda a conversa – uma vez que ele tinha ido ao banheiro. Conclusão: ela separou-se o mais breve possível. Hoje ele está casado com outra pessoa e agora quer se mostrar como um “santo”.
2. Das razões.
Diante de um “padre” com esse histórico e que conta a sua própria história para os casais, mudando os personagens e dizendo que ele era eu, o que pensar? Bem, eu posso pensar em duas alternativas. A primeira é que é pura inveja e a segunda é que estamos diante de uma psicose. Veja bem, caso se trate de uma mentira, ele é uma pessoa vil, abjeta e maliciosa. Quanto a isso eu e minha esposa já sabemos que ele é, porque conversamos com ele depois que tudo ocorreu. Aliás, além de mentiroso vil e malicioso, ele é violento, vez que agrediu verbalmente minha mulher.
Mas vamos, só por um momento, pensar que o problema é outro. Porque alguém narraria a sua própria história colocando outra pessoa como protagonista? A questão é respondida pelo Dr. Freud. Estamos diante de um caso clássico de “projeção”, um dos mecanismos de defesa mais complexos, descritos por ele. Braconnter define projeção como um “Termo muito amplo em neurofisiologia e psicologia; com ele se designa a operação pela qual um fato neurológico ou psicológico é deslocado e localizado no exterior, quer passando do centro para a periferia, quer do sujeito para o objeto. (…) A psiquiatria considera a projeção um mecanismo pelo qual o sujeito se liberta de certas situações afetivas intoleráveis, colocando fora, no outro, seus próprios sentimentos” (Braconnter In DORON & PAROT, 2000, p. 617). Durante muito tempo Freud procurou descrever a projeção a partir de certos estados psiquiátricos. Para tanto ele a associou à paranoia e, em seguida, a um conjunto de condutas fóbicas. No entanto, Braconnter (2000, p. 617) afirma que, para Freud, “No caso do ciúme projetivo, diferente do ciúme normal e do ciúme delirante, o sujeito se defende de seus próprios desejos de ser infiel” atribuindo a outrem a infidelidade. Para o psicanalista, entende que a projeção é o meio pelo qual “o sujeito expulsa de si e localiza em outra pessoa ou coisa qualidades, sentimentos, desejos que ele desconhece ou recusa em si, faz uso, na realidade (…) [de] um meio de defesa originário e arcaico contra as excitações internas desagradáveis”.
Veja bem, na projeção você não consegue suportar inconscientemente sua condição e seus desejos, por causa disso, você precisa projeta seus sentimentos mais gerais de culpa e dolo justamente sobre as outras pessoas, com a finalidade de puni-las. Dessa forma, você acaba se “sentindo” mais coerente com o que seu subconsciente denuncia. Esse problema é extremamente comum em religiosos. Não devemos esquecer do pregador pentecostal americano Jimmy Swaggart que, notabilizou-se na década de oitenta por pregar sobre os inúmeros pecados morais daquela sociedade, mas que foi flagrado e fotografado com uma prostituta em 1988. O que precisamos compreender é que pessoas assim são doentes. Os psicólogos brincam dizendo que enquanto os neuróticos “criam” castelos, os psicóticos “moram dentro dele”. Se a doença mental desse “padre” estiver muito acentuada, ele realmente acredita na própria mentira que conta. E o faz para se proteger. Assim, além de mentiroso e maléfico, ele é um doente com algumas pitadas de ganância.
3. Fazer o que?
Bom, agora eu me dirijo a vocês, meus caros noivos. Se você vai ter um encontro matrimonial com um padre e, ao invés disso, você fica o tempo inteiro ouvindo-o falar mal de outro sacerdote, acenda a luz vermelha. Preste atenção para sua face e procure encontrar a falsidade que estará impressa lá, na forma de piedade ou santidade. Em segundo lugar, tenha coragem e confronte a verdade. Converse com a pessoa que mais me conhece nesse mundo: minha mulher. Ligue para ela e pergunte se o que estou escrevendo não é verdade. Seu telefone está no meu blog. É só procurar pelo Padre Jorge Aquino no Google. É provável que você se surpreenda com o que vai ouvir. Desculpe, mas você não pode simplesmente ouvir uma pessoa falar mal de outra e acreditar sem dar, ao menos, o direito para que a outra pessoa diga algo. Depois você vai acabar descobrindo a verdade.
Na realidade, eu acredito muito em um texto bíblico que diz: “Nada há de oculto que não venha a ser revelado” (Marcos 4: 22). Quem só semeia o mal, do mal morrerá. E quem é como essa pessoa é, mais cedo ou mais tarde, acabará se mostrando. Alguém já disse que nós podemos enganar alguns por muito tempo; enganar a todos por pouco tempo; mas, jamais enganar a todos, por todo o tempo. Por isso, quem viver verá.
Referência bibliográfica:
DORON, Roland & PAROT, Françoise. Dicionário de psicologia. São Paulo: Ática, 2000
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