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CRESCER NA ESPIRITUALIDADE

  • Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
    Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
  • 25 de out. de 2019
  • 2 min de leitura
monge

Reverendo Padre Jorge Aquino.

Existem muitos textos clássicos sobre espiritualidade. Particularmente a Idade Média – por muitos conhecida como a idade das trevas – é um período de muita produção sobre o tema. Inúmeros textos podem ser citados aqui como excelentes guias sobre a vida espiritual do cristão. No entanto, para aqueles que se aproximam de uma espiritualidade de viés britânico, eu gostaria de sugerir que lessem o livro “A nuvem do não-Saber”.

Este texto, um dos melhores exemplares da literatura medieval inglesa, é um texto anônimo, muito embora se possa dizer com razoável certeza que ele foi escrito em torno do século XIV por um autor que muito provavelmente era um monge Cartuxo.

Logo em seu prólogo o autor é absolutamente assertivo sobre os eventuais leitores, fazendo a seguinte consideração: “A você, quem quer que seja que esteja em posse desse livro, quer como proprietário ou depositário, portador ou mutuário, delego este encargo e imploro com todo o poder e a força que os laços da caridade podem impor: Você não deve ler este livro, nem lê-lo para outros, nem copiá-lo;  tampouco deve permitir que seja lido em particular ou em público ou copiado de livre e espontânea vontade e deliberadamente, na medida em que isto seja possível, a não ser por alguém ou para alguém que, até onde você saiba, tenha decidido com firme determinação a ser verdadeira e sinceramente, perfeito seguidor de Cristo”. E esta recomendação tão incisiva exige que aquele que deseja conhecer o caminho da espiritualidade deve ser alguém que deseja ser um cristão não apenas em sua vida ativa, mas também em sua vida contemplativa. Tudo isso deve ser realizado com a finalidade que que se seja capaz de atingir – ainda nessa vida – “o ponto mais elevado que uma alma perfeita consiga alcançar nessa vida presente”.

Esse conhecimento que buscaremos sobre Deus, ou seja, nosso acesso a ele, não se dá pela via do pensamento, da reflexão ou do discurso, mas, pelo silêncio. Devemos compreender, contudo, que esse não pretende ser um silêncio negativo, mas um silêncio atento, contemplativo e, portanto, receptivo. Como os israelitas que caminhavam diariamente sob a nuvem, sabendo que era Deus quem os guardava, devemos entender que estamos nele e ele em nosso meio. Devemos compreender também que, muito embora seja esse nosso maior desejo, jamais seremos aptos para conhece-lo plenamente ou claramente. Nós o veremos apenas como uma nuvem no deserto. E dessa nuvem provém todo o conhecimento que necessitamos para vivermos uma vida espiritual relevante.

Referência bibliográfica:

A nuvem do não-saber. São Paulo: Paulinas, 1987

 
 
 

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