COMO OS ANGLICANOS VEEM MARIA?
- Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
- 6 de fev. de 2020
- 2 min de leitura

Reverendo Padre Jorge Aquino.
Muito embora já exista bastante material sobre o assunto – inclusive um artigo de minha lavra nesse blog -, creio que uma breve observação bíblica possa ser suficientemente clara e abrangente para revelar como nós, Anglicanos, observamos a mãe de nosso salvador.
Inicio citando as palavras do anjo Gabriel e de Isabel, prima de Maria, registradas no Evangelho de Lucas, e que dizem: “Salve Maria, cheia de graça. O Senhor é contigo; bendita es tu entre as mulheres e bendito o fruto de teu ventre”. Essa junção das duas falas dos personagens citados acima, deu origem à conhecida oração da “Ave Maria!”. “Ave!” era uma saudação latina e significa “Salva!”.
Assim, Maria é vista pelos Anglicanos como a favorita entre todos os mortais, pois foi ela a escolhida para estar em uma situação de extrema proximidade de nosso Senhor. Foi ela quem o acolheu em seu ventre, quem lhe deu vida, quem o carregou em seus braços (o título grego “theotokos” tanto significa “mãe de Deus”, quanto “portadora de Deus”), o amamentou, lavou, vestiu, cuidou, alimentou, ensinou, e que, por fim, o acolheu morto em seus braços. O próprio Evangelho deixa claro que ela é digna de honra. Quando Isabel diz: “Tu és a mais bendita entre todas as mulheres. Por que me está sendo dada a honra de que venha a mim a mãe do meu Senhor?” (Lucas 1: 42, 43).
Por fim, quando Jesus crucificado viu ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: “Mulher, eis aí o teu filho” (João 19: 26), a Igreja sempre compreendeu neste gesto, que Jesus estava dizendo que Maria seria a mãe de todos os cristãos e mãe da Igreja. Ela não é uma espécie de “deusa” e, portanto, não possui os atributos de um. Muito ao contrário, ela se apresenta para o anjo como a “serva do Senhor”, e por isso diz: “cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (Lucas 1: 38). Foi em razão de sua humildade que ela foi colocada acima de todas as mulheres do mundo, vez que todas as gerações passariam a chamá-la de bem-aventurada.
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