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COMENTÁRIO SOBRE O “CREDO” – 6: “que foi concebido pelo poder do Espírito Santo”.

Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝Reverendo Padre Jorge Aquino ✝

Padre Jorge Aquino.

Nesta sexta afirmação feita pelo Credo Apostólico lemos em latim: “qui conceptus est de Spiritu Santo”. Dessa afirmação aprendemos que a ação do Espírito Santo foi primordial no processo de encarnação do Senhor. Na verdade o papel do Espírito Santo aparece desde o início do livro de Gênesis, quando se diz que o “Espírito pairava sobre a superfície das águas” (Gênesis 1:2). Por isso, seu papel sempre esteve associado à criação e à renovação da criação. No Novo Testamento vemos que o mesmo Espírito que vem sobre Maria (Lucas 1:35), também ressuscitaria Jesus dentre os mortos (Romanos 8:11). Contudo, este Espírito é concedido, agora, a todos os que, pela fé e pelo batismo, nascem não do sangue nem da vontade do homem, “mas de Deus” (João 1:13).

Quando o texto do Credo diz que Jesus foi concebido pelo poder do Espírito Santo”, de forma alguma se quer dizer, com isso que o Espírito Santo foi uma espécie de “pai” de Jesus. Esta declaração apenas deseja ressaltar que Jesus Cristo não teve pai humano algum, ou seja, que sua geração não ocorreu como ocorre com os demais seres humanos. O que ocorre, afirma Barth é que “essa existência humana começa na liberdade de Deus mesmo, na liberdade com a qual Pai e Filho são um no vínculo do amor, no Espírito Santo. Quando consideramos o começo da existência de Jesus, devemos, portanto, compreendê-la desde dentro dessa profundidade última da divindade na qual Pai e Filho são um” (BARTH, 2000, p. 116).

Assim, quando a palavra de Deus se faz carne e se torna igual a nós, ele pode mui adequadamente utilizar aquele título que ele tanto usa: “Filho do homem” (Marcos 10:45). Enquanto esse título ressalta sua humanidade, a expressão “Filho de Deus”, ressalta que Jesus é um com Deus e partícipe da mesma natureza divina, e isso só se torna possível graças à ação do Espírito Santo. Por vis de consequência, afirmamos ser Jesus totalmente Deus e totalmente homem, simultaneamente. Ou seja, em Cristo, a divindade se humilha para exaltar a humanidade. Assim, ressalta Paulo, mesmo sendo Jesus da mesma natureza de Deus, ele não se apegou a essa realidade, antes, esvaziou-se a si mesmo assumindo a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens (Filipenses 2:5ss). Esse gesto de esvaziar-se (gr. Kenosis). Isso não significa que ele abdicou de sua divindade, mas que assumiu a nossa humanidade de forma humilde. Eis o resultado da ação do Espírito Santo na vida de todo cristão, seguir o exemplo de seu Senhor e – não abrir mão dos elementos fundamentais de sua natureza -, mas assumir humildemente a condição de servo dos servos de Deus.


Referências bibliográficas:

BARTH, Karl. Esbozo de dogmática. Santander: Sal Terrae, 2000

 
 
 

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