
Padre Jorge Aquino.
No texto do Santo Evangelho de hoje lemos: “E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou Jesus numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa; E tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra. Marta, porém, andava distraída em muitos serviços; e, aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá de que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe que me ajude. E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; E Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada” (Lucas 10:38-42).
No texto do Evangelho de hoje, Jesus está se dirigindo à Jerusalém. Antes, porém, ele resolve passar em uma aldeia que fica a 3 quilômetros de Jerusalém, chamada Betânia. Lá moram três irmãos que são amigos do Senhor: Lázaro, Marta e Maria. O texto de hoje, no entanto, trata do encontro entre Jesus e as duas irmãs.
Existem duas grandes lições que podemos aprender desse texto bíblico. Em primeiro lugar, aprendemos que. na prática da hospitalidade, temos a oportunidade de acolher nosso Senhor. A hospitalidade é uma das grandes marcas dos cristãos, que recebiam viajantes que cruzavam as estradas antigas e lhes ofereciam pão e uma noite de sono. É nesse sentido que as Escrituras ensina que alguns, sem saber, "hospedaram anjos" (Hebreus 13:2).
Em segundo lugar, Jesus revela a superação de toda forma de discriminação contra a mulher. E ele faz isso justamente com Maria, que se assenta a seus pés para ouvir suas palavras. Devemos lembrar que as mulheres da época eram proibidas de participar ativamente da sinagoga e que, jamais, poderiam receber a instrução de um rabi. Ademais, um mestre como Jesus, jamais poderia entrar na casa de duas mulheres.
Jesus nos mostra que, para ele, não existem diferenças de gênero, étnicas, sociais, ou de quaisquer outra espécie, quando se trata de apresentar a vontade de Deus. Por isso em nada o surpreendeu quando Maria deu toda a sua atenção para ouvir suas palavras. Marta, por outro lado, estava tão envolvida nas questões comezinhas da casa que não compreendeu que existem prioridades na vida, e que, “uma só delas” é absolutamente identificada como “necessária”. Maria escolheu exatamente “a boa parte”, ou seja, aquela que nunca poderá nos “ser tirada”.
Já que o grande impedimento não está naquele que deseja ensinar, que haja, em nosso coração, como ocorreu com o coração de Maria, o verdadeiro desejo de aprender qual seja a boa, perfeita e plena vontade de Deus para nossas vidas.
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