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COMENTÁRIO AO EVANGELHO DO VIGÉSIMO TERCEIRO DOMINGO DEPOIS DE PENTECOSTES

Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝Reverendo Padre Jorge Aquino ✝

Reverendo Pe. Jorge Aquino.

No dia de hoje, o texto do Evangelho que nos é indicado diz o seguinte: “5Quando alguns falavam sobre o templo, como estava adornado com belas pedras e presentes dedicados a Deus, ele disse: 6’Quanto a estas coisas que vedes, dias virão em que não ficará pedra sobre pedra; tudo será derrubado’. 7Eles lhe perguntaram: ‘Mestre, quando será isso e qual será o sinal de que isso está para acontecer?’ 8E ele disse: ‘Cuidado para que você não seja desencaminhado; pois muitos virão em meu nome e dirão: 'Eu sou ele!' e, 'O tempo está próximo!' Não vá atrás deles. 9Quando você ouvir falar de guerras e insurreições, não se apavore; pois essas coisas devem acontecer primeiro, mas o fim não virá imediatamente’. 10Então ele lhes disse: ‘Nação se levantará contra nação, e reino contra reino; 11haverá grandes terremotos, e em vários lugares fomes e pragas; e haverá presságios terríveis e grandes sinais do céu. 12Mas antes que tudo isso aconteça, eles vão prendê-los e persegui-los; eles os entregarão a sinagogas e prisões, e vocês serão levados perante reis e governadores por causa do meu nome. 13Isso lhe dará a oportunidade de testemunhar. 14Portanto, decidam-se a não preparar sua defesa com antecedência; 15porque eu vos darei palavras e sabedoria que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer. 16Você será traído até por pais e irmãos, por parentes e amigos; e eles matarão alguns de vocês. 17Você será odiado por todos por causa do meu nome. 18Mas nem um fio de cabelo de sua cabeça perecerá. 19Pela sua perseverança vocês ganharão suas almas’” (Lucas 21:5-19).

A história nos mostra que sempre existiram movimentos que diziam saber qual seria a data do estabelecimento do Reino de Deus e da vinda de Cristo. Os anos que antecederam o ano 1000, foi um desses períodos; o mesmo ocorreu pouco antes do ano 2000. Em meus poucos anos de vida – em relação a dois milênios de história do cristianismo -, já presenciei três momentos em que pessoas marcaram a data da vinda de Cristo e o fim do mundo. Lembro que a primeira vez que ouvi falar disso ainda estava no ensino médio e, naquela época, ocorreria o famoso “alinhamento dos planetas”. Era o final dos anos 1980 e lembro como muita gente ficou convencida de que o mundo acabaria naquele instante.

No texto do Evangelho de hoje, Jesus está ouvindo algumas pessoas falarem sobre a beleza do templo e de como ele era bem ornamentado. Diante disso, Jesus diz algo que faz com que todos fiquem desconcertados. Ele diz: “dias virão em que não ficará pedra sobre pedra; tudo será derrubado”. Estas palavras fizeram eclodir na mente de todos questionamentos acerca do futuro do templo, mas também, sobre o futuro de Israel e da vinda do Reino de Deus e do fim do mundo. Os discípulos começaram a questionar quais seriam os sinais que precederiam o fim dos tempos. E Jesus, passa a falar sobre sua visão da história, apresentando três temas fundamentais para os que têm fé.

Em primeiro lugar, Jesus nos ensina que nossa atenção não deve ser voltada para essas pessoas que ficam especulando acerca do final do mundo. Ele é claro quando diz que não devemos dar ouvidos aos que dizem: “Eu sou ele!”, ou “O tempo está próximo!”. Jesus é claro quando diz: “Não vá atrás deles”. Com essas palavras Jesus está dizendo que não devemos dar atenção a quem se diz “o messias” ou a quem estabelece datas para o fim do mundo. Ele é muito claro ao afirmar: “Não sigam essas pessoas”.

Em segundo lugar, Jesus nos ensina que os grandes projetos humanos são efêmeros e passageiros, mas o de Deus não. Por isso ele fala sobre as nações e os reinos vão se levantar uns contra os outros e que ocorrerão insurreições em vários lugares. Como consequência, teremos fome e pragas. Mesmo os cristãos serão perseguidos e traídos por seus próprios parentes e irmãos. Muitos verão, em meio ao caos, sinais e presságios nos terremotos e no que ocorrerá no céu. Mas isso apenas revela a fragilidade e a transitoriedade dos sistemas políticos vigentes, bem assim, nos fala de como são construídos sem solidez ou durabilidade alguma.

Por fim, em terceiro lugar, Jesus nos ensina que, mesmo em meio a essa realidade de caos e de perseguição, um novo mundo está sendo construído à revelia dos que exercem o poder, e que esta construção histórica e real, envolve justamente os que enfrentam as perseguições e pelos que sabem que Deus é o Senhor da historia e que nem mesmo um fio de cabelo cairá de nossas cabeças sem seu consentimento. Esse grupo seleto de pessoas é composto pelos que perseveram em confiar que a história, apesar de seus percalços, está nas mãos de Deus.

Não se trata, portanto, de marcar datas ou prever o futuro; se trata de comprometer-se com um projeto que difere dos projetos políticos humanos, falhos e voltados para si mesmos. Trata-se de abandonar a especulação e voltar-se para a fé no Reino de Deus que “já está nos meio de vós” mas que “ainda não” se manifestou plenamente, e que se manifesta sempre que fazemos o que é certo, justo e o que agrada a Deus.

 
 
 

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