top of page

COMENTÁRIO AO EVANGELHO DO DÉCIMO SÉTIMO DOMINGO DEPOIS DE PENTECOSTES

Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝Reverendo Padre Jorge Aquino ✝

Reverendo Pe. Jorge Aquino.

O texto do Evangelho indicado para este domingo diz: Então, disseram os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé. Respondeu-lhes o Senhor: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá. Qual de vós, tendo um servo ocupado na lavoura ou em guardar o gado, lhe dirá quando ele voltar do campo: Vem já e põe-te à mesa? E que, antes, não lhe diga: Prepara-me a ceia, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois, comerás tu e beberás? Porventura, terá de agradecer ao servo porque este fez o que lhe havia ordenado? Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer” (Lucas 17:5-10).

O texto do evangelho de Lucas nos fala, hoje, da radicalidade da fé. No entanto, ele se serve de recursos linguísticos próprios, como a hipérbole. Diante do desejo dos discípulos em ter mais fé do que tinham então, Jesus lhes diz: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá”. É verdade que ninguém jamais viu algum discípulo transportando amoreiras para o mar, mas a grande questão não é essa. Existem alguns temas que precisam ser destacados aqui. E o primeiro deles diz respeito à natureza da fé. O que seria a fé da qual Jesus fala? A resposta nos parece clara. A verdadeira fé é a plena adesão à pessoa de Jesus e, em razão dessa adesão, a relativização de tudo o mais, ou seja, os bens, os afetos e a segurança. Para agir com essa fé é preciso fazer o que os discípulos fizeram, ou seja, eles deixaram tudo. Assim, em uma sociedade que estabelece o amor ao poder, a importância do consumo e a deificação da estética, abrir mão de tudo isso e seguir um pobre nazareno pelas estradas empoeiradas da Palestina e ir até a cruz, em seu nome, é uma demonstração de mais fé do que o mero transporte de uma amoreira para o mar.

Em segundo lugar, no texto da leitura de hoje, Jesus nos ensina que essa fé e esse seguimento, possui implicações muito claras e a maior delas é o serviço. Entre os versos 7 e 10 Jesus se serve de uma outra imagem hiperbólica para falar das consequências de nossa fé. Ele, usando uma imagem comum naquela sociedade, fala de um servo que, mesmo depois de trabalhar o dia inteiro no campo, ao chegar em casa, ainda precisa servir a seu senhor sem, sequer, receber um agradecimento. Isso é o que poderíamos chamar de serviço na gratuidade ou serviço livre e gratuito. Aquele que quer aumentar sua fé precisa saber que isso implicará em compreender que terá que dizer honestamente: “depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer”.

E essa verdade nos leva a uma terceira e ultima realidade: nosso serviço jamais pode envolver algum mérito nosso. Quem quer aumentar sua fé precisa compreender que nosso serviço jamais será um serviço que busca reconhecimento. Um verdadeiro servo jamais poderíamos esperar um pagamento por seus atos. Quem serve abnegadamente e amorosamente ao Senhor, o faz, não esperando algo em troca – como se estivéssemos barganhando com Deus -, mas apenas porque é nosso dever agir assim.

Assim, caro leitor, se você deseja ter a verdadeira fé e vê-la aumentada, você precisa ter consciência de que isso implicará na sua plena adesão à Jesus e ao seu projeto de vida, que essa fé se traduz em serviço pleno ao Senhor e, que esse serviço jamais deve esperar algo em troca. Ser cristão é isso, sermos mais próximo e parecidos com o Jesus que se tornou servo a ponto de tornar-se humano e dar a sua vida por todos nós.

 
 
 

Posts recentes

Ver tudo

MUDAMOS PARA OUTRO SITE

Caríssimos leitores, já que estamos com dificuldades de acrescentar novas fotos ou filmes nesse blog, você poderá nos encontrar, agora,...

Comentários


Post: Blog2_Post

©2020 por Padre Jorge Aquino. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page