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COMENTÁRIO AO EVANGELHO DO DÉCIMO OITAVO DOMINGO DEPOIS DE PENTECOSTES

Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝Reverendo Padre Jorge Aquino ✝

Reverendo Pe. Jorge Aquino.

Quando lemos o texto do Evangelho que o lecionário indica para esse domingo, as palavras e as lições nos saltam aos olhos. Assim diz o texto: “De caminho para Jerusalém, passava Jesus pelo meio de Samaria e da Galileia. Ao entrar numa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez leprosos, que ficaram de longe e lhe gritaram, dizendo: Jesus, Mestre, compadece-te de nós! Ao vê-los, disse-lhes Jesus: Ide e mostrai-vos aos sacerdotes. Aconteceu que, indo eles, foram purificados. Um dos dez, vendo que fora curado, voltou, dando glória a Deus em alta voz, e prostrou-se com o rosto em terra aos pés de Jesus, agradecendo-lhe; e este era samaritano. Então, Jesus lhe perguntou: Não eram dez os que foram curados? Onde estão os nove? Não houve, porventura, quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou” (Lucas 17:11-19).

Alguém já disse, certa vez que nem todos os dias são bons, mas que há sempre algo de bom a cada dia. No texto do Evangelho que lemos hoje, Lucas nos diz que Jesus encontrou dez leprosos entre Samaria e Galiléia. Todos, gritando, pediram que ele tivesse misericórdia deles. E o que ocorreu? Jesus os manda para que se mostrassem aos sacerdotes, como afirma as Escrituras. Eis que, enquanto se dirigiam ao sacerdote, perceberam que haviam sido curados. No entanto, segundo o texto, apenas um deles voltou para agradecer a Jesus pela bênção recebida. Para ele, Jesus pergunta? “Não eram dez os que foram curados? Onde estão os nove?”. Na verdade, somente o leproso samaritano voltou para agradecer. E por isso, ouviu uma palavra muito mais importante de Jesus: “Levanta-te e vai; a tua fé te salvou”. Diante desse texto podemos retirar pelo menos três lições. Em primeiro lugar, nós aprendemos que todos nós temos nossa própria forma de lepra. Segundo afirma as Escrituras, “Todos nós nos tornamos impuros, todas as nossas boas ações são como trapos sujos. Somos como folhas secas; e os nossos pecados, como uma ventania, nos carregam para longe. (Isaías 64:6). Esta condição atinge a toda a humanidade, não é sem razão que foram justamente dez os leprosos que se aproximaram de Jesus – dez é o número da plena humanidade; e eles estavam exatamente entre a Galiléia – conhecida como “região da sombra e da morte” – e Samaria – lugar visto pelos judeus como moradia de pessoas impuras. Eis aqui um sinal que aponta para cada um de nós. Todos temos nossas impurezas, nossa lepra – escondida ou não -, nossa imperfeição e nosso pecado. São Paulo diz sobre a humanidade: “todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. (...) pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3:12, 23). Será que cada um de nós, realmente temos real consciência de nossos defeitos e imperfeições? Ou nos achamos pessoas muito boas diante de Deus?

No entanto, há uma segunda lição que aprendemos desse texto. Deus está sempre disposto a ouvir e a ajudar a cada um de nós. Mais uma vez recorro ao profeta Isaías que diz: “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Isaías 59:1,2). Em outras palavras, a grande dificuldade não está em Deus, mas em nós mesmos, que construímos barreiras entre nós e Ele. E essas barreiras são nossos pecados, nossas imperfeições, defeitos e nossas maldades pessoais. No entanto, perceba que os leprosos, ao se aproximarem de Jesus, o fizeram demonstrando grande humildade: “Jesus, Mestre, compadece-te de nós!”. No texto grego está escrito “ελεησον ημας” (eleêson êmas), quem também é traduzido por: “tem misericórdia de nós!”. Há, aqui um humilde pedido de ajuda; um clamor por misericórdia dirigido justamente para quem efetivamente pode intervir na vida dessas pobres criaturas. E assim acontece, quando eles se dirigem ao Sacerdote – cumprindo o que diz a Lei -, eis que percebem que estão efetivamente curados. Será que existe em nosso coração, o mesmo desejo de abandonar nossos defeitos e pecados e, portanto, de pedir a ajuda de Jesus para que isso ocorra?

Por fim, o texto nos mostra uma terceira lição. Segundo o texto de Lucas, depois que se reconheceram purificados, somente aquele leproso Samaritano retornou até Jesus para agradecer e, ao agir assim, além da cura do corpo, recebeu o perdão dos pecados. O que aprendemos nas Escrituras e na vida é que a gratidão não é uma característica presente em todos. “Não foram dez os curados, onde estão ou outros?” Pergunta Jesus. Da mesma forma, diz a Escritura que “ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” (Mateus 5:45). Cada um de nós recebe, todos os dias, a vida, a saúde, o sol brilhando e nos aquecendo ou a chuva caindo sobre nosso campo, enfim, bênçãos que nem mesmo somos capazes de reconhecer. E, no entanto, nunca paramos para agradecer tudo que do Senhor temos recebido. Será que seu coração está pronto para agradecer tudo o quanto Deus fez por você?

Encerro reafirmando que ter um coração grato é algo que precisamos aprender a desenvolver. Alguém já disse que “Gratidão é saber que nossa vida está rodeada de pequenos milagres”. Reconheça os milagres de Deus que estiveram presentes em sua vida – e na sua família – até hoje e louve ao Senhor por isso!

 
 
 

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