
Reverendo Jorge Aquino.
Ao nos voltarmos para o texto do Evangelho indicado para esse dia, lemos a seguinte narrativa: “1Então Jesus contou-lhes uma parábola sobre a necessidade de orar sempre e não desanimar. 2Ele disse: ‘Em certa cidade havia um juiz que não temia a Deus nem respeitava as pessoas. 3Havia naquela cidade uma viúva que vinha ter com ele e dizia: ‘Faça-me justiça contra o meu adversário’. 4Por algum tempo ele recusou; mas depois disse a si mesmo: ‘Embora eu não tenha temor de Deus e não tenha respeito por ninguém, 5mas, como esta viúva continua me incomodando, farei justiça a ela, para que ela não me canse por vir continuamente’. 6E o Senhor disse: ‘Ouçam o que o juiz injusto diz. 7E Deus não fará justiça aos seus escolhidos que clamam a ele dia e noite? Ele vai demorar muito para ajudá-los? 8Eu lhes digo que ele logo fará justiça a eles. E, no entanto, quando o Filho do Homem vier, encontrará fé na terra?’” (Lucas 18:1-8).
Nunca desistam de orar, porque, em primeiro lugar, não estamos pedindo a um juiz iníquo, mas a um Pai misericordioso. A grande verdade que Jesus quer nos passar com essa primeira lição, é a de que o caráter de nosso Deus deve, com toda certeza, nos incentiva a orar. Ele não é como aquele juiz iníquo ou corrupto, mas se relaciona conosco como um Pai misericordioso se relaciona com seus filhos. Assim, em razão de seu caráter bondoso e paternal, ele sempre estará disposto a ouvir os reclamos de seus queridos filhos.
Em segundo lugar, nunca devemos desistir de orar ao Senhor, porque nossa condição diante dele não é um completo estranho mas de um filho muito querido. Lendo a parábola dita por Jesus e registrada por Lucas, encontramos dois personagens que além de não se conhecerem, pertencem a duas esferas sociais extremamente díspares e contraditórias. Enquanto o juiz apontava para alguém que pertencia aos estamentos mais elevados da sociedade, a viúva apontava para a base do estamento social daquela sociedade. Ser viúva significava viver em completo desamparo já que uma mulher, sem um homem que a apoiasse, não representava nada ou ninguém. No entanto, nós não estamos separados de nosso Deus. Nossa relação com Ele é de absoluta intimidade, até porque somos morada do Espírito Santo. Em razão disso, jamais seríamos visto por Deus como estranhos, mas como membros de sua família.
Finalmente, em terceiro lugar, nunca devemos desistir de orar ao Senhor, porque é isso que ele espera de nós. Na verdade, logo no primeiro versículo Jesus já deixa claro que contaria uma parábola “sobre a necessidade de orar sempre e não desanimar”. Seu desejo é que jamais desanimemos, até porque, se entre as pessoas pode existir atraso, nosso Senhor deixa claro, no verso oito, que Deus “logo fará justiça a eles”. Assim, além de fazer parte de seu caráter ser justo, ele deseja responder nossas orações, justamente, em razão de nossa proximidade familiar e de seu imenso amor por nós.
Por isso, muito embora, possa parecer que Deus não esteja ouvindo suas orações e seu clamor, eu te afirmo, Deus sempre responde. As vezes ele diz “sim”; as vezes ele diz “não”, mas as vezes ele diz “espere”. Que saibamos ter a lucidez e o discernimento necessários para compreender as respostas de Deus. Ademais, lembre-se de ter sempre em sua mente a seguinte oração: “Senhor, dai-me a serenidade para aceitar o que não pode ser mudado; a coragem para mudar o que precisa ser mudado; e a sabedoria para distinguir uma coisa da outra”.
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