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COMENTÁRIO AO EVANGELHO DO OITAVO DOMINGO DEPOIS DO PENTECOSTES

Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝Reverendo Padre Jorge Aquino ✝

Atualizado: 7 de ago. de 2022


Padre Jorge Aquino.

O texto do Evangelho de hoje é retirado do livro de Lucas 12:13-21, que diz: “Nesse ponto, um homem que estava no meio da multidão lhe falou: Mestre, ordena a meu irmão que reparta comigo a herança. Mas Jesus lhe respondeu: Homem, quem me constituiu juiz ou partidor entre vós? Então, lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui. E lhes proferiu ainda uma parábola, dizendo: O campo de um homem rico produziu com abundância. E arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos? E disse: Farei isto: destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus bens. Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus”.

Uma das maiores verdades que a idade nos traz é a certeza de que aquilo que é mais importante na vida não é resultado do dinheiro. Chega um momento na vida de todas as pessoas em que isso acaba sendo percebido de uma forma muito clara. Lamentavelmente, para algumas pessoas, já não existe mais possibilidade de mudança, no entanto, para outros, essa possibilidade faz toda a diferença.

No texto do Evangelho, Jesus é interpelado por alguém que lhe pede para que ele fale com seu irmão afim de que este reparta a herança com ele. Jesus olha para aquele home e diz: “quem me constituiu juiz entre vós?” e arrematou: “Guardai-vos de todo tipo de ganância, pois a vida de um homem não consiste na abundância de bens que possui”. Logo em seguida Jesus conta uma parábola sobre um homem que foi um grande investidor em sua vida e que lucrou muito, mas que acabou sem aproveitar nada, porque era apenas rico diante dos homens e não diante de Deus. Deste texto, podemos aprender algumas lições sobre a consistência da vida de um homem. Assim, em primeiro lugar, aprendemos que a vida de um homem não consiste na abundância de bens. Em nenhum lugar nesse texto Jesus condena a produção de bens ou o sucesso nos empreendimentos. A riqueza, em si, não é pecado. O dono do campo que produziu em abundância não foi reprovado pela colheita que teve, mas por sua ganância. Seu desejo de acumular era tanto que ele só via a necessidade de construir mais celeiros. Ele era incapaz de ver as pessoas com fome ao seu redor. Ele não compreendia que a raiz de todos os males estava justamente no amor ao dinheiro. Isso acaba nos cegando para perceber a miséria e o sofrimento de tantas pessoas nas favelas de nossas cidades. Ele era incapaz de compartilhar o que havia recebido de Deus com os demais, com os outros, por isso “entesoura para si mesmo” mais, a cada dia. Seu trigo, era seu Deus! Seus bens era seu Deus! Eis o primeiro perigo que precisamos evitar: achar que na abundância de bens encontraremos uma vida melhor.

Por fim, em segundo lugar, aprendemos que a consistência da vida de um homem não se encontra na abundância de “tempo” que ele pensa ter. Àquele homem da parábola já tinha tudo o que precisava e muito mais. Ele estava com seus celeiros abarrotados de trigo e, talvez, em razão de viver na abundância, imaginava que também teria abundância de tempo. Mas a vida nem sempre é assim. Por isso Jesus o chama de “louco”. E diz a razão: “esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?”. Cometemos o erro de pensar que o muito poder, dinheiro ou bens que acumulamos é capaz de impedir o passar dos dias e dos anos. Achamos que um implante, uma aplicação de botox ou uma plástica para “harmonização facial” vai fazer alguma diferença nos dias que nos resta nesse mundo. Não fará diferença alguma! Agindo assim estaremos apenas, como disse o Senhor: “entesourando para nós mesmos”, e fazer isso, não nos torna “ricos para com Deus”. Desta forma, precisamos evitar um segundo erro, o de perder nosso tempo com coisas sem sentido ou fúteis; gastar nossa vida sem acolher e ajudar o próximo, apenas acumulando, imaginando que isso nos fará “ricos para com Deus”. Àquele que é “rico para com Deus” é o que é capaz de abrir mão do que tem para ajudar quem não tem. É o que é capaz de amar o próximo como a si mesmo e a Deus, acima de todas as coisas.

Não se engane, portanto, meu caro leitor. Aproveite o tempo que resta de sua vida – que você não tem a menor ideia de quanto é -, para estender a mão a quem nada tem. Ajude, compartilhe, ame, e Deus será glorificado em sua vida.

 
 
 

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