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AS DIFERENÇAS NO CASAMENTO

Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝Reverendo Padre Jorge Aquino ✝

Reverendo Padre Jorge Aquino.

O casamento é, por definição, a união entre duas pessoas diferentes. Estas diferenças são de diversas naturezas. Primeiramente, temos a diferença sexual. Em seguida temos a diferença de criação, de ideias, de valores, de religião, temos diferenças políticas, sociais, e tantas outras. Mas será que estas diferenças podem ser perigosas? Minha experiência me autoriza a dizer que, no que tange às diferenças, é possível afirmar três verdades.

1. Há diferenças que prejudicam a relação

Quando o Apóstolo São Paulo escreveu em II Coríntios 6:14: “Não vos ponhais em jugo desigual” ele estava pensando exatamente naquelas diferenças que prejudicam a relação. Primeiro devemos entender a ideia presente na mente de Paulo. Ele está muito provavelmente fazendo uma referência à Deuteronômio 22:10 e Levítico 19:19, que proibia a utilização do mesmo jugo em animais que, por serem de espécies diferentes, exigiriam jugos diferentes. Tanto Paulo quanto seus antecedentes rabínicos entendiam que esta ideia se aplicava a um casamento misto ou a uma relação muito íntima de alguém fiel e temente a Deus com alguém que não tivesse a mesma fé, ou seja, “incrédulo” (no grego apistós, sem fé ou infiel).

Quando as diferenças são profundas e atingem o cerne das convicções ou os valores das pessoas, sejam, convicções religiosas, ideológicas ou políticas, etc., um casamento pode passar por uma enorme dificuldade podendo, inclusive, caminhar para um inevitável fim. Conheço um casal que depois de mais de uma década juntos, resolveram se separar porque um dos cônjuges não suportava que seu marido tivesse mudado de denominação religiosa, muito embora continuasse sendo um cristão.

2. Há diferenças que nada dizem à relação.

Em segundo lugar, há diferenças que nada dizem à relação conjugal. Ninguém - creio eu - em sã consciência, jamais colocaria seu casamento em risco em função de temas como a cor da pele, preferência de penteado, diferença de idade, preferências envolvendo o lazer ou aspectos culinários, etc. isto simplesmente não tem sentido. Estas questões não são essenciais, mas secundárias e periféricas.

3. Há diferenças que fortalecem a relação

Mas há diferenças que podem enriquecer bastante a relação. O que é surpreendente é que estas diferenças são exatamente da mesma natureza daquelas que podem prejudicar. Disso tudo aprendemos que a diferença está na natureza das pessoas. Há pessoas que olham para o diferente como alguém que “tem que ser” igual a mim. Estas são pessoas egoístas, autocentradas, limitadas e destruidoras de qualquer forma de relação. Mas é possível olhar para o outro como alguém que pode enriquecer minha perspectiva de mundo com suas diferenças e com sua leitura da realidade. Elas querem aprender sempre uma nova perspectiva de ver a mesma coisa. Gente assim entende que o que precisa existir, sempre, é respeito. Encerro minhas palavras citando uma frase atribuída a Santo Agostinho e que pode ser muito importante em qualquer forma de relacionamento, principalmente em um matrimônio. Ele escreveu: “no essencial, unidade; no secundário, liberdade; em tudo, amor”.

Por isso, compreenda, um casal amadurecido, ama e valoriza o outro como a si mesmo e é capaz de viver em harmonia, apesar de todas as eventuais diferenças.

 
 
 

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