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AS CORRENTES DENTRO DO ANGLICANISMO

  • Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
    Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
  • 23 de dez. de 2021
  • 2 min de leitura

Reverendo Jorge Aquino.

Há quem acredite que o Anglicanismo, como de resto qualquer outra denominação, seja uma instituição monolítica e sem variações. A realidade não é bem essa. Muito ao revés desse pensamento, é possível dizer – para fins didáticos – que existem ao menos três subgrupos principais dentro da Igreja Anglicana. Quais sejam: os Anglicanos Anglo-Católicos ou da 'Igreja Alta', os Anglicanos da Igreja Ampla ou da 'Igreja Média' e os Anglicanos da Igreja Evangélica ou 'Baixa'

Observemos, em primeiro lugar, encontramos o anglicanismo anglo-católico, também chamado de “igreja alta” ou “tractarianismo”. Este movimento se desenvolveu a partir do que foi conhecido como Movimento Oxford, cujo início ocorreu em 1833 e estava ligado a personagens como John Henry Newman, John Keble e John Pusey. Também chamado de Renascimento Católico, esse movimento teve como alvo restaurar elementos do catolicismo dentro do anglicanismo, enfatizando a (i) tradição episcopal, a (ii) importância dos sacramentos e (iii) os rituais históricos.

A segunda corrente que encontramos dentro do Anglicanismo é identificado como o grupo Evangélico ou “Igreja Baixa”, que surgiu dentro do movimento evangélico inglês do século XVIII, com a figura de John Wesley. É preciso registrar (i) que esse movimento foi uma reação geral contra a falta de espiritualidade e entusiasmo dentro da igreja, além da corrupção envolvendo o clero – principalmente os bispos. Ademais, (ii) este subgrupo do anglicanismo se aproxima mais de suas raízes protestantes, adaptando uma abordagem mais centrada na adoração e minimizando os aspectos ritualísticos e cerimoniais da fé. Outro detalhe que facilitou seu crescimento, foi que (iii) esse movimento ocorreu no momento em que acontecia o crescimento do Reino Unido em geral. Como conseqüência, o movimento Evangélico anglicano esteve extremamente ligado às associações missionárias.

Por fim, temos em terceiro lugar, o movimento da Igreja Ampla ou "Latidudinariana", que se caracteriza por uma postura intermediária entre as visões da Igreja Alta e da Igreja Baixa. Este grupo (i) incorporou características de ambas as tendências da igreja e colocam igual importância tanto no ritualismo dos anglicanos anglo-católicos quanto no individualismo dos anglicanos evangélicos. Ademais um elemento característico da Igreja Larga é (ii) a tendência de dialogar mais profundamente com aspectos da cultura científica e conviver melhor com pontos de vista teológicos modernos e contemporâneos, como o liberalismo, a teoria da evolução e a ordenação feminina ou de pessoas homoafetivas.

Antes de encerrar, gostaria de destacar que esta subdivisão – conforme falamos acima – é apenas uma questão didática. Digo isso, porque não é incomum vermos pessoas de uma das correntes anglicanas defendendo pontos que, em tese, deveriam ser elementos que caracterizariam outro grupo. Na verdade, o que aprendemos com tudo isso é que o anglicanismo é extremamente diverso e que, é preciso, mais do que nunca, reaprender a arte de dialogar com o “outro”, partindo daquilo que une e é comum a todos os Anglicanos.



 
 
 

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