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ARMAR É A RESPOSTA? SÉRIO?

Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝Reverendo Padre Jorge Aquino ✝

Atualizado: 27 de mai. de 2022




Padre Jorge Aquino.

Quando tive a oportunidade de ensinar a disciplina Sociologia Jurídica, em algumas faculdades de minha cidade, resolvi apresentar um filme bastante interessante chamado O senhor das armas. Neste extraordinário filme lançado em 2005 e estrelado pelo ilustre Nicolas Cage, víamos a ascensão de um negociante internacional de armas que, mesmo depois de ser capturado por um agente da Interpol, acaba passando a mensagem de que a negociação internacional de armas é um grande negócio que interessa a muitos países, e que os líderes desses mesmos países, fazem vista grossa à esse lucrativo negócio que somente vitimiza as pessoas mais pobres, as que fazem parte de alguma minoria, e as que não possuem a proteção do Estado.

Eu iniciei falando sobre isso porque no dia de ontem (terça feira 24 de maio), tanto os Estados Unidos como o Brasil, foram abalados pela quantidade de vítimas causadas por dois terríveis eventos. Nos Estados Unidos, vimos um jovem de 18 anos que, comprou legalmente suas armas e, depois de alvejar sua avó, matou 19 crianças e dois adultos e feriu mais dez pessoas, antes de ser morto, em uma escola de ensino fundamental na cidade Uvalde no estado do Texas. Em reação ao massacre, o presidente Byden reagiu dizendo: “Como uma nação, nós devemos nos perguntar: ‘quando é que vamos nos opor ao lobby das armas?’” (...). “Quando, em nome de Deus, vamos fazer o que precisa ser feito?”. (...) “Os fabricantes de armas passaram duas décadas fazendo propaganda e ganhando lucros por vender armas de assalto. Precisamos enfrentar essa indústria” (...). “Porque estamos dispostos a viver com essa carnificina?”. Sabemos que lá esse assunto é polarizado e que o direito de portar armas está na 2ª Emenda da Constituição Americana. Mas a questão é bem mais profunda do que apenas afirmar a legalidade de algo. É discutir a razão pela qual fatos como esses é tão comum lá e tão raro em outros países.

No Brasil, ontem nós tivemos um exemplo bem claro de como não se deve fazer segurança pública. Ela foi a segunda operação policial mais letal da história do Estado do Rio de Janeiro. Em uma ação policial conjunta (BOPE, PF, PRF) na Vila Cruzeiro, 23 pessoas morreram e outras ficaram feridas. O governador do Rio disse que a ação foi um sucesso, já que apreendeu drogas, fuzis, pistolas e granadas. A grande questão que se levanta é: a cidade ficou mais segura depois de mais esse massacre? Duas questões devem ser levadas em conta. A primeira delas foi levantada pelo filme Tropa de Elite (2007) no qual se deixa claro que a droga que é encontrada no morro é consumida no asfalto e, em grande parte, pela classe média. Ou seja, quem é que financia o tráfico de drogas? A segunda questão é: se alguém tem um mandado de prisão em seu desfavor, isso significa uma autorização do estado para que se cometa um assassinato? Vinte e três pessoas mortas (13 deles sem passagem pela polícia) e tantos outros feridos é o sinal de uma operação bem sucedida? E afinal, se as outras 10 tiveram alguma forma de fixa criminal, isso significa que o Estado tem a liberdade de assassiná-los? Realmente não compreendo como um procedimento com tantas vítimas, que não tenha desmantelado nenhuma quadrilha e que não tenha tornado a comunidade mais segura, possa ser vista como uma ação exitosa. Penso que mais inteligência e menos violência seria o mais adequado pois, Política de segurança não é confronto e agressão em lugar algum. A questão que não quer calar é: para onde estamos indo? Para a normalidade das execuções sumárias, da pena de morte e do justiçamento? Afinal somos um país que respeita seu ordenamento jurídico? Vivemos em um Estado de direito? Pelas redes sociais, o presidente Bolsonaro parabenizou a polícia pela operação.

Encerro essa breve reflexão levantando a questão que foi título de um dos mais famosos livros cristãos de todos os século, escrito em 1896 por Charles Sheldon: Em seus passos, o que faria Jesus? Sim, esta questão é importante porque, se somos realmente cristãos, temos o dever de seguir o caminho indicado por ele. E qual foi esse caminho? No início do Sermão da Montanha Jesus falou: “Bem aventurado os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5:9). Você é um filho de Deus? Você é um disseminador da cultura da paz e da tolerância? Ou você prefere difundir o ódio, a violência e a intolerância?

 
 
 

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