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Anglicanos invocam os Santos mortos?

  • Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
    Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
  • 31 de jul. de 2019
  • 2 min de leitura
Santos exemplos

Reverendo Cônego Jorge Aquino.

Se você se der ao trabalho de ler os Trinta e Nove Artigos de Religião da Igreja da Inglaterra, perceberá que o mesmo artigo que rejeita o purgatório também rejeita a invocação de santos falecidos. Contudo, se você fizer uma pesquisa na internet sobre o assunto, certamente você encontrará algumas páginas dizendo que sim e, trazendo consigo, uma grande ironia. Você vai ver essas pessoas dizendo que os Artigos estão historicamente condicionados, e eles representam apenas uma das formas de encarar o assunto entre os Anglicanos. Você encontrará pessoas que se dizem “anglo-católicos”, mas que rejeitam alguns de seus ensinamentos históricos, e que continuam a dizer que os Anglicanos invocam os santos mortos e pedem sua intercessão. A grande ironia reside no fato de que eles se chamam de “anglicanos da igreja alta”.

De fato, a terminologia veio a ser usada realmente assim, e nada podemos fazer sobre isso. Mas me parece irônico que um movimento que se afasta do anglicanismo – em termos de teologia histórica – possa ser considerado como um Anglicanismo “alto”. É comum encontrar sites “Anglo-Católicos” defendendo a oração pelos santos e venerar suas imagens, ao mesmo tempo em que invocam a intercessão de santos como Thomas Cranmer e William Tyndale, que ficariam horrorizado com isso. Um dos tópicos que marcou a reforma da liturgia realizada por Thomas Cranmer – o que marcou a teologia Anglicana – foi justamente a remoção de todas as referências a preces aos santos falecidos, para que intercedam por nós.

É interessante que quando os Artigos foram escritos, eles eram 42. E um dos que foram retirados por Elizabeth I (o de nº 40), dizia justamente que o sono da alma não existe. Isso foi feito porque naquela época muitos acreditavam no sono da alma, ou seja, na crença de que os mortos não estão conscientes. Parece que a crença no sono da alma havia se espalhado na Inglaterra. Entre os que defendiam essa crença, nomeamos John Wycliff, William Tyndale, John Frith e George Wishart, tutor de Jonh Knox. Recentemente John Stott revelou sua crença na “imortalidade condicional”, doutrina irmã do “sono da alma”, revelando que entre os Anglicanos essas posições conviviam com os que afirmavam a imortalidade da alma. O que precisamos compreender é que, aqueles que acreditam no “sono da alma”, certamente não pediria sua intercessão.

Em resumo, se existem Anglicanos que oram aos santos que partiram, eles com certeza não o fazem com base na teologia anglicana. Na liturgia usada pelas Igrejas Anglicanas ao redor do mundo, os santos falecidos são mencionados, mas apenas para dizer que os entregamos nas mãos de Deus, e damos graças a Deus pelo exemplo que eles colocaram diante de nós, pedindo que isso nos inspire. Ou seja, para os Anglicanos, os santos falecidos não são intercessores, mas santos exemplos que nos inspiram e fortalecem para que sigamos seus passos. Sim, você poderá encontrar ícones ou imagens em templos Anglicanos. Mas você raramente verá um Anglicano pedindo a intercessão desse ícone ou imagem.

 
 
 

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