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AMOR, CASAMENTO E SEXO

  • Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
    Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
  • 7 de jul. de 2021
  • 5 min de leitura

Atualizado: 12 de jul. de 2021

Reverendo Padre Jorge Aquino.

Muita gente acha que falar em sexo é um tema marginal para um religioso. Nada mais obtuso e preconceituoso. Deus nos criou sexuados e ter uma vida sexual plena é uma das maiores bênção que podemos receber de Deus. É pensando nisso que não podemos imaginar um casamento no qual esse assunto não tenha um papel e um espaço de importância e de relevância especial. E o papel do sexo em uma relação está associado às necessidades e expectativas que temos do próprio casamento. Na realidade, o escritor Harley Jr já afirma que: “O casamento é uma união bastante condicional. Se um marido não tenta satisfazer as necessidades de sua esposa e ela não tenta satisfazer as dele, os dois podem estar tecnicamente casados, mas não irão conhecer a felicidade que um bom casamento pode oferecer” (HARLEY JR. 2014, p. 51).

Ocorre que, historicamente, a forma como os homens e as mulheres encaram o sexo tem sido vista como bem diferentes. Quer queiramos ou não há uma enorme diferença sócio-biológica entre os dois gêneros e isso acaba influenciando as relações, às vezes negativa, às vezes positivamente.

Não podemos negar o que a experiência demonstra, ou seja, que o sexo é mais importante para os homens enquanto o romance é mais importante para as mulheres. A grande questão que precisa ser discutida é por quê. Por outro lado, para as mulheres, o carinho é o que há de mais importante na relação.

Sem que sejamos aptos para compreender essa diferença as mulheres acabam cometendo o erro de subestimarem os homens e de acharem que eles são superficiais e fixados no sexo, ao passo em que os homens se inclinam a pensar que são desinteressantes e que já não despertam o desejo de suas esposas. Esta diferença entre a forma como os gêneros encaram a sexualidade é muito bem descrita por Harley Jr, quando ele diz: “As mulheres em geral não entendem a profunda necessidade de sexo que seus maridos têm, da mesma forma que os homens em geral não entendem a profunda necessidade de carinho que suas esposas possuem” (HARLEY JR. 2014, p. 50).

A presença do sexo em uma relação é tão importante, que os especialistas têm apontado para sua freqüência como sinal de que estamos diante de uma relação saudável ou não. Nesse sentido, vejamos o que nos diz o casal Cardoso: “A maneira mais rápida de descobrir a saúde do relacionamento do casal é procurar saber como eles estão na cama” (CARDOSO & CARDOSO, 2013A, p. 208).

A interdependência entre o sexo e o amor, dentro de um casamento é muito bem explicada pelo Dr. John Gray, quando afirma que “é através do sexo que o coração do homem se abre, permitindo-o experimentar ao mesmo tempo tanto sentimentos amorosos quanto a fome de amor. Ironicamente é o sexo que permite ao homem sentir sua necessidade de amor, enquanto que é ao receber amor que uma mulher é estimulada a sentir sua fome de sexo” (1998, p. 14).

Lamentavelmente os homens parecem não estar adaptados a perceber e a compreender o quanto a mulher necessita do romance. E, em razão disso, muitos homens acham que ela está se reprimindo sexualmente. Desta forma, se ele quer sexo e ela não, é comum que ele se sinta rejeitado, e isso o faz sofrer. Ele não compreende que uma mulher precisa se sentir amada e seduzida, antes que possa sentir sua libido funcionar.

Segundo postula o Dr. John Gray, “assim como uma mulher precisa de uma comunicação de qualidade com seu companheiro para se sentir amada e amar, o homem precisa de sexo” (1998, p. 14). É obvio que o homem pode também se sentir amado de outras formas. Mas a natureza ainda não inventou uma forma mais forte para que uma mulher possa tocar o coração de um homem como o sexo. De fato, continua o Dr. Gray “o sexo pleno é o caminho mais poderoso para abrir o coração de um homem e ajudá-lo a sentir seu amor e expressá-lo para uma mulher” (1998, p. 15).

Eis o grande segredo que os casais precisam aprender. Reconhecer que ambos os sexos possuem necessidades que precisam ser supridas e agir para supri-las da melhor forma possível. E quando essas necessidades são efetivamente providas, a maior parte dos problemas desaparece. Cito o casal Cardoso mais uma vez: “A atividade sexual age como uma limpeza, uma desintoxicação mental e física no casal. Por isso, quanto menos vocês o fazem, mais distante se sentem, e mais oportunidades dão para que haja problemas entre vocês. Em um casamento sem sexo , qualquer probleminha se multiplica por mil. Por outro lado, é raro um casal ter uma manhã conturbada depois de uma ótima noite na cama...” (CARDOSO & CARDOSO, 2013A, p. 209).

Mas vejam. Se para o homem o mais importante é o sexo, para a mulher, é a intimidade. Para elas, o sexo é visto como sendo apenas a cereja do bolo. Você já comeu uma cereja sem bolo? Adianto que é algo azedo e sem graça. É assim que as mulheres olham para o sexo com alguém que não lhes oferece intimidade. E quando falo em intimidade, estou me referindo principalmente a uma boa conversa. Em outras palavras, se você deseja mais sexo em sua vida, “seja melhor amante de sua mulher se tornando melhor ouvinte e melhor coversador” (CARDOSO & CARDOSO, 2013A, p. 211). Ou nas palavras de minha sábia esposa: "o que o homem mais deseja é sexo; e o que a mulher mais deseja é um ouvido". Quando ambos satisfazem as necessidades um do outro, o sexo será tão presente na relação quanto a atenção para o que ela quer dizer.

Em outras palavras, o segredo consiste em buscar a satisfação de seu parceiro. Mantenha o foco em satisfazer um ao outro e os problemas tendem a desaparecer. Atentem homens, estejam sempre dispostos a satisfazer suas esposas com sua atenção; por seu turno, atenção mulheres, estejam sempre dispostas a satisfazê-los com sexo. É verdade que muitas vezes algumas mulheres dizem “eu não sinto vontade agora”. Isto existe porque, para elas, sentir vontade é essencial para se fazer sexo. Contudo, ensina o casal Cardoso, “com frequência... o desejo não aparece até que comecem a fazer amor – e depois ficam felizes por terem feito” (CARDOSO & CARDOSO, 2013B, p. 229). Assim, fazer sexo é como coçar, é só começar. Lembrem sempre das palavras de São Paulo que diz: “Não vos negueis um ao outro, senão de comum acordo por algum tempo, a fim de vos aplicardes à oração e depois vos juntardes outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência” I Coríntios 7: 5, e ainda as sábias palavras de Pedro: “Igualmente vós, maridos, coabitai com ela com entendimento, dando honra à mulher, (...); para que não sejam impedidas as vossas orações” (I Pedro 3: 7). Assim, a negação do sexo ao cônjuge é visto na Bíblia como a criação de uma oportunidade para o maligno e como algo que impede nossas orações.

Mas há algo que precisa ser colocado antes de encerrar. Para que o sexo seja satisfatório é absolutamente necessária a existência de três elementos fundamentais: o amor, a monogamia estável e a comunicação solidária. De fato, o Dr. Gray afirma que “o sexo pleno é um presente de Deus para aqueles que se comprometeram a criar um relacionamento de amor e solidariedade” (1998, p. 21). Assim, devemos olhar para o sexo como quem olha para algo que deve ser visto como uma bênção dada por Deus com a finalidade de proporcionar maior intimidade física, emocional e espiritual para o casal, trazer prazer para ambos e gerar filhos, ou seja, criar novas famílias.


Referências bibliográficas:

CARDOSO, Renato, CARDOSO, Cristiane. Casamento blindado. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2013A

CARDOSO, Renato, CARDOSO, Cristiane. 120 minutos para blindar seu casamento. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2013B

GRAY, John. Marte e Vênus no quarto. Rio de Janeiro: Rocco, 1998

HARLEY JR. Willard F. Casamento à prova de traição. Rio de Janeiro: Sextante, 2014




 
 
 

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