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AFINAL, A QUEM VOCÊ DESEJA AGRADAR?

  • Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
    Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
  • 17 de nov. de 2021
  • 3 min de leitura

Reverendo Jorge Aquino.

Desde criança somos ensinados a buscar fazer tudo aquilo que agrada aos outros, e somos punidos, caso não atingimos estas expectativas. Quantas vezes fomos chamados de desobediente, somente porque não fizemos aquilo que esperavam que fizéssemos? Na verdade, parece que o termo “educação” precisa envolver o encobrimento daquilo que cremos, de nossas opiniões, nossa forma de nos expressar e até mesmo de nos vestir. Aprendemos, desde cedo, que existe uma série de frases que nunca podem ser ditas e uma palavra que temos uma enorme dificuldade de pronunciar, é a palavra “não”.

A grande questão que nos tortura, na condição de cristãos, é: afinal, devemos agradar a Deus ou a sociedade? A escritora e urbanista Joice Berth, escreveu que “Em uma sociedade tão exigente conosco e tão pouco devolutiva no afeto, as pessoas se esvaziam na busca pela aceitação social, que é frequentemente confundida com afetos como o amor”. Eis um retrato fiel do mundo em que vivemos. Um mundo exigente, sem afeto e que escraviza aqueles carentes de aceitação com migalhas de atenção, confundidas com o verdadeiro amor.

Na verdade, quando vivemos apenas em função das expectativas e opiniões dos outros, ou seja, apenas para satisfazê-las, acabamos nos tornando pessoas extremamente infelizes, abatidas e adoecidas. E isto ocorre por uma razão muito simples, nós jamais satisfaremos plenamente as expectativas sociais e, como consequência, não apenas negligenciaremos as nossas próprias necessidades internas, mas também adoeceremos nossa própria alma com a sensação de fracasso.

É preciso que sejamos bastante honestos conosco mesmo e diante de Deus, para superarmos esta armadilha criada por nossa sociedade consumista. Eu mesmo, não teria qualquer dificuldade de dizer como Brennan Manning: “Jesus Cristo é a verdade para mim. Sua Palavra influencia meu julgamento, impacta as decisões que tomo e as que me recuso a tomar”. Sim, é isso que esperaríamos que qualquer cristão dissesse. E eu creio assim. No entanto, apesar de minha fé, minha vida está cheia de momentos de fraquezas, cheia de imperfeições, de lapsos morais, de comportamentos egoístas, de quedas e de fracassos. Em que pese todos os meus inúmeros defeitos e imperfeições, eles jamais me cegaram os olhos para o grande amor do Pai que, sempre, e mais uma vez, acolhe o filho pródigo que volta arrependido e clama por perdão. Sim, é o amor do Pai que nos convida para correr de volta aos seus braços abertos e ao seu regaço acolhedor. O amor de nosso Pai transmuta nossa sensação de fracasso em acolhimento.

Portanto, por mais surpreendente que seja, o Deus Todo-Poderoso é mais gentil e amoroso, mais acolhedor e compreensivo, do que nossa sociedade – e religiões - hipócrita que cria expectativas que jamais poderão ser completamente satisfeitas e exige um comportamento que não passa de auto indulgência. Lembro que quando Davi foi questionado sobre se ele preferia cair nas mãos dos homens ou nas mãos de Deus, ele escolheu cair nas mãos de Deus.

Sim, em sua graça e por seu amor, não precisamos mentir para nós mesmos, esconder nossos erros, ocultar nosso passado, camuflar nossos medos e imperfeições ou negar nossas quedas. Ele nos ama exatamente como nós somos e sua graça nos basta. Qualquer outra exigência além de nossa simples aceitação de seu amor por nós, é um engano. Aceitar que ele nos ama, assim mesmo como somos, significa que acreditamos em sua Palavra, ou seja, isso é fé. O justo, disse são Paulo aos romanos, viverá pela fé.

Assim, permita que o amor de Deus o acolha como um filho amado. Não pense que você terá que ser perfeito para ser recebido por Ele. Não acredite nas expectativas ou preceitos que as religiões criam para que o amor de Deus seja algo real em sua vida. Você verá que esse amor e essa graça possuem o poder de curar e de sarar todas as feridas que a sociedade infligiu em nossa alma. Você se surpreenderá ao perceber que não terá mais que satisfazer a estereótipos sociais, expectativas ou exigências que nos são impostas, para ter a alma mais leve e a sensação de paz e aceitação. Na verdade, a bíblia diz que quando entregamos nossa vida nas mãos de Deus, podemos nos deleitar, ou seja, nos alegrar, nos comprazer e nos deliciar em sua vontade. Não acredito em um Deus que não expresse amor ou afeto. Qualquer ideia de um deus assim, não passa de um ídolo que é pregado pelos religiosos profissionais e pelas religiões instituídas. Adorar a este deus é idolatria! Anunciá-lo é disseminar a morte e o medo. Nosso Deus é amor, é afeto, é cuidado, é carinho e ternura que se revela, de forma mais plena, na encarnação e no sofrimento da cruz, por nós. Quer conhecer mais a Deus? Conheça sua mais perfeita expressão, o carpinteiro Jesus de Nazaré. Ouça seus ensinos e siga-o em seus caminhos, ou melhor, siga-o no caminho do amor. A ele devemos agradar, servindo ao próximo.



 
 
 

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