ACERCA DOS MAUS E DOS ÍMPIOS
- Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
- 6 de set. de 2019
- 3 min de leitura

Reverendo Padre Jorge Aquino.
Quem de nós jamais se sentiu enfurecido ao ouvir sobre alguém que sabidamente e descaradamente promoveu o mal e foi privilegiado, de alguma forma, por algum tipo de decisão injusta prolatada por quem deveria fazer justiça? Quem jamais vislumbrou homens sem princípios morais enriquecendo ilicitamente à vista de todos, e não ficou perplexo com isso?
Se você desse tipo de pessoa que aparentemente perdeu a fé na justiça, existe um versículo bíblico que precisa ser levado em consideração em momentos assim. Ele diz: “Não se aborreça por causa dos maus, nem tenha inveja dos ímpios, pois não há futuro para o mau, e a lâmpada do ímpio se apagará” (Provérbios 24: 19, 20).
Para o autor dessas palavras, as pessoas injustas são adjetivadas de duas formas. Elas são más e ímpias. Os maus, malvados ou perversos, são aqueles que não sentem qualquer espécie de remorso em enganar, explorar, ludibriar, mentir, caluniar, ou produzir quaisquer tipos de malefícios sobre alguém que eles odeiam ou invejam. Eles acabam manifestando aquilo que o Ministro Luiz Roberto Barroso, do STF, descreveu acerca da pessoa de um de seus pares, ao se referir a ela como alguém plena de mal sentimento com pitadas de psicopatias, bílis, ódio, mal secreto, temperamento grosseiro e rude. Acerca dessas pessoas, a Bíblia diz: “Não se aborreça por causa dos maus”, pois não há futuro para eles. A maldade, que é fruto de uma alma corroída, carcomida e consumida por pensamentos e elucubrações perversas, acaba destruindo e desgraçando a eles próprios. Gente assim não tem futuro, não perdura, será rapidamente esquecida e, ao morrer, levará consigo para a sepultura, toda a herança de maldade que semeou.
Mas existem também os ímpios. A raiz dessa palavra significa, literalmente, im-piedoso ou sem-piedade. Como sabemos que a palavra “piedade” vem do grego “pistós” que significa “fé”, concluímos que essas pessoas, que até muitas vezes parecem – ou fazem questão de – revelar muita fé, na realidade, não passam de hipócritas (do grego hypokretei), ou seja, de “atores”. Esses são geralmente aqueles que mais brilham e reluzem na sociedade. São famosos, célebres e ilustres. Muito bem relacionados, fazem de tudo para se achegarem e se aproximarem dos poderosos. Assim, acabem por também brilhar na escuridão da súcia em que vivemos. Sobre esses, diz as Escrituras: “nem tenha inveja dos ímpios, pois (…) a lâmpada do ímpio se apagará”. Em outras palavras, gente assim acabará na escuridão do anonimato, da obscuridade e do esquecimento, ou seja, tudo aquilo que eles sempre procuraram evitar. Fizeram tanto para brilhar como lâmpadas, mas acabarão apagadas por causa da impiedade de seus atos e de suas vidas. Isso ocorre porque esse tipo de gente, embora pareça gostar dos holofotes e das lâmpadas, no fundo, preferem viver na escuridão, onde perpetram seus atos nefastos, funestos e malévolos e onde se sentem seguros dos olhos dos outros. São pessoas das trevas que precisam “desaparecer” por algum tempo, para viverem quem de fato são. E, porque são, por natureza, trevosos, um dia vislumbrarão sua lâmpada se apagar. De gente assim, diz a Bíblia, não se deve ter inveja; apenas pena e dó.
Nossos olhos não devem estar voltados para esse tipo de gente má e impiedosa. Muito ao revés, somos instados pelas Escrituras a olhar sempre para Jesus, “autor e consumador de nossa fé”. Olhe sempre para Jesus e busque nele o modelo para sua vida e comportamento. Fazendo assim, você trará a verdadeira luz para o mundo e glorificará a Deus com sua vida.
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