Acerca da inteligência social
- Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
- 30 de jan. de 2018
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Rev. Padre Jorge Aquino.
Quando falamos em inteligência, as pessoas sempre se inclinaram para pensar em algum tipo de capacidade para conhecer, compreender, aprender ou adaptar-se a uma nova realidade. No final do século XX, o Dr. Daniel Goleman se notabilizou por criar o conceito de “inteligência emocional”, que aponta para a capacidade do indivíduo em identificar seus sentimentos e emoções com mais facilidade. Dessa forma, o lado direito do cérebro, mais voltado para aspectos mais ligados à intuição e à criatividade passa a ser valorizado na mesma medida em que o lado esquerdo (responsável pelos pensamentos lógicos e analíticos) sempre o foi.
No entanto, eis que surge o ilustre pensador Karl Albrecht desenvolvendo uma tese bastante significativa voltada para o que chama de “inteligência social”. Segundo ele, existem dois tipos de conduta social que passaram a ser definidos como (i) comportamentos tóxicos, ou (ii) comportamentos nutritivos. Enquanto os comportamentos tóxicos caracterizam aquelas atitudes que fazem com que os outros se sintam desvalorizados, inadequados, intimidados, furiosos, culpados ou frustrados, os comportamentos nutritivos são aqueles que permitem que os outros se sintam valorizados, respeitados, apreciados, capazes e queridos pelos demais.
Para ele, conforme resume Allan Percy, existem cinco habilidades que caracterizam uma pessoa que desenvolveu bem sua inteligência social. Elas são: (i) a habilidade de entender as pessoas e seus sentimentos nas mais diferentes situações; (ii) transmitir sensibilidade, acessibilidade, confiança e amabilidade; (iii) ser sincero para consigo e para com o outro, auferindo maior respeito dos demais; (iv) expressar claramente seus pensamentos, convicções, ideias e opiniões, intensões e, (v) ter a habilidade de conectar-se com o outro, ter empatia, harmonizar pensamentos e sentimentos interpessoais.
Em resumo, se o período moderno investiu tanto na inteligência formal, exigindo cada vez mais uma inteligência acadêmica, o mundo pós-moderno passa a observar as atribuições do sujeito e valorizam tanto a inteligência subjetiva, ou emocional, quanto a inter-subjetiva. Hoje, quem quiser ter uma vida melhor, deverá investir mais nas sólidas relações interpessoais.
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