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ACERCA DA GRAMA MAIS VERDE

  • Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
    Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
  • 1 de dez. de 2021
  • 3 min de leitura

Reverendo Jorge Aquino.

Quem jamais ouviu o ditado que faz referência à grama do vizinho, dizendo que ela é mais verde? Eis uma perspectiva compartilhada por inúmeras pessoas mas que, nem por isso, se trata de uma verdade. É claro que quando falamos na “grama” do vizinho, estamos nos referindo a inúmeras outras realidades tais como seus bens, sua vida familiar ou sua vida profissional. O que subjaz a esta frase é a tese de que com a vida foi mais benfazeja com os outros do que foi comigo. Eu vivo uma vida menos afortunada do que as outras pessoas. Muitos aplicam esse mesmo princípio aos seus cônjuges e ficam pensando como seria se seu marido ou sua esposa fosse como a/a do/a vizinho/a. Mas este tipo de comparação não é adequada nem inteligente.

Em primeiro lugar, este tipo de comparação é superficial. O que não nos damos conta, com frequência, é que nem sempre o que enxergamos é o real. Assim, olhamos para a grama da casa ao lado, achamos que ela é tudo o que precisamos. O problema, caro leitor, surge quando chegamos perto. Sim, porque ela pode até ter uma cor e uma textura adequada, mas quando chegamos perto, percebemos que ela esconde insetos que podem complicar sua vida. Na verdade, cada tipo de grama possui seus valores e defeitos. É ilusão imaginar que a grama do vizinho é melhor do que a sua apenas porque ele se comportou de alguma forma que chamou sua atenção, quando a chuva caiu. Somente o vizinho sabe, com toda a certeza, o que se passa de verdade, com sua grama.

Em segundo lugar, esse tipo de comparação é injusta. Quando digo que esse tipo de comparação é injusta, quero dizer que estamos comparando duas gramas diferentes, com origens diferentes, formação diferentes, alimentadas de forma diferente e com material diferente. O que esperamos, que os dois tipos de grama reajam da mesma forma às mesmas intempéries? Isso é injusto. E mais, isto é bobagem. Da mesma forma, não podemos comparar a formação educacional, a criação, as experiências de vida que a família do vizinho teve com a que a nossa tem, e achar que uma é melhor do que a outra. São realidades diferentes e não podem ser medidas com a mesma régua.

Finalmente, este tipo de comparação é contraproducente. É lamentável ter que ouvir pessoas me dizendo: “mas a esposa de meu vizinho faz isso” ou, “mas o marido de minha vizinha faz aquilo”. Essas comparações não levam a lugar nenhum. Ao invés de ficar observando a vida dos outros e imaginando como você se encaixaria naquela vida, você precisa aprender a usufruir daquilo que você tem. Fazer isso é entender que o mais importante está na capacidade de se alegrar com o que se tem, deixando de se comparar com os outros, e evitando diminuir o seu prazer.

É preciso que compreendamos que não existe uma relação perfeita e ideal. O que existe são pessoas que vivem suas vidas dando a impressão que suas vidas são perfeitas, quando, na verdade, não são. Este tipo de gente vive infeliz e, surpreendentemente, ainda acaba sendo objeto de inveja para outros. Devemos olhar para o que dizia o sábio: “De perto ninguém é normal”. A verdadeira felicidade consiste em aproveitar ao máximo os relacionamentos que temos, minimizando os defeitos e maximizando as virtudes, sem ter que exigir que eles atinjam um padrão de perfeição que somente existe nas redes sociais. Não se deixe enganar por propaganda enganosa. Viva e seja feliz com sua própria grama. E lembre-se, se a grama do vizinho parece mais verde, talvez você esteja olhando demais para a dele e esquecendo de regar a sua.



 
 
 

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