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A Riqueza da liturgia Anglicana

  • Foto do escritor: Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
    Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
  • 4 de out. de 2019
  • 3 min de leitura
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Reverendo Padre Jorge Aquino.

Sem sombra de dúvida, a grande riqueza da Igreja Anglicana pode ser identificada em sua liturgia. Não em alguma inspiração momentâneas produzidas pelo êxtase de alguns, mas em palavras santas, com sólido fundamento bíblico e o testemunho de numerosas gerações. Desta forma podemos dizer que um visitante, ao adentrar uma igreja litúrgica, dificilmente compreenderá o real significado de se dizer aquelas palavras que, para ele, não passa de uma repetição infrutífera. No entanto, para aqueles cujos os corações que fazem suas essas mesmas palavras, elas não são vistas como algo vazio e sem sentido, mas como um tesouro que é comum à Igreja, uma oração comum. Eis a grande riqueza do Anglicanismo. Ela não depende da inspiração ou da santidade do ministro que preside a liturgia, mas dos corações devotados que participa desse tesouro da liturgia cristã que foi acumulada durante séculos. Sobre esse aspecto, citamos o cônego Wedel, que diz: “La tradición litúrgica del período anterior a la Reforma fue una tradición empobrecida. Los reformadores rectamente vieran errores en ella, sin percatarse de que debajo de los muchos errores, había un tesoro heredado de la Iglesia Primitiva” (WEDEL, In NICHOLS, p. 45). Diferentemente do Arcebispo Cranmer, os reformadores continentais acabaram produzindo uma reforma mais radical na questão litúrgica, abandonando séculos de riqueza. Devemos a Cranmer e à sua lucidez, a manutenção do tesouro litúrgico e teológico, escondido abaixo dos erros e das vãs tradições humanas. Eles e sua colegas reformadores ingleses, possuíam a capacidade de compreender o que realmente deveria ser reformado na liturgia e não cometeram o erro de, como dizem os ingleses, “jogar fora a criança, junto com a água suja”. Assim, os Anglicanos tiveram a felicidade de manter, durante a Reforma do século XVI, aquilo que fazia parte do tesouro que nos havia sido legado pelos cristãos desde o período Primitivo. Esta preservação da riqueza litúrgica capacita o Anglicanismo a compensar essa perda realizada pelo radicalismo dos reformadores continentais e a contribuir valiosamente com o ecumenismo, uma vez que estamos profundamente ligados tanto com o Catolicismo Primitivo quanto com o movimento da Reforma do século XVI.

Como Anglicanos, não estamos unidos pelas misteriosas palavras da missa latina, nem pela eloquência e inspiração de pregadores inspirados. As jovens Igrejas ao redor do mudo têm sido profundamente abençoadas pela tradição histórica encontrada no Livro de Oração comum. Ele vem sendo continuamente traduzido para novas línguas e continua a manter seu caráter. Apesar de purificado, limpo, purgado, depurado e refinado, ele continua sendo o culto Católico da Igreja histórica no decorrer dos séculos.

Não pretendemos, com isso, dizer que o Livro de Oração Comum é perfeito. Certamente existem coisas nele que precisaríamos aprofundar ou adaptar para nossa realidade. Experiências assim foram realizadas no Sul da Índia ou no Quênia. Essas novas adaptações, contudo, tanto mantém a histórica tradição Católica que recebemos do passado Primitivo, quanto desenvolvemos linguagens e cerimônias adaptadas às diversas culturas nas quais o Anglicanismo tem chegado.

O Informe sobre Liturgia e o Livro de Oração Comum, da Conferência de Lambeth/1958, cita algumas palavras do Dr. Herbert que diz: “El Sacrificio eucarístico, ese torbellino de la controvercia, está encontrado en nuestros dias una expresión verdaderamente evangélica del bando católico, cuando se insiste en la acción sacrificial no es ningún género de re-inmolación de Cristo, ni un sacrificio adicional a su único sacrificio, sino una participación de él” (HERBERT, in NICHOLS, p. 47). Por fim, como podemos verificar, tanto o aspecto católico quanto o evangélico – que fazem parte de nossa Igreja -, estão em crescimento. Enquanto representante da tradição Católica, o Anglicanismo mantém a mais vasta e mais expressiva tradição litúrgica do cristianismo.

Referência Bibliográfica:

NICHOLS, Raymond. El Camino anglicano. San José: Centro de Publicaciones Cristianas, Costa Rica, 1995

 
 
 

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