A NATUREZA DE DEUS
- Reverendo Padre Jorge Aquino ✝
- 27 de abr. de 2021
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Reverendo Padre Jorge Aquino
Há um texto nas Escrituras que deve sempre está presente em nossa mente: “Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho de seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti” (Isaías 49: 15).
Não seria exagero dizer que, esse texto, ao comparar o amor de Deus ao amor de uma mãe que amamenta seu filho, acaba nos ensinando que a essência da natureza de Deus é a compaixão e que seu coração é cheio de ternura. Essa realidade pode ser vislumbrada na forma concreta da manifestação de Deus: Jesus Cristo. Em Cristo encontramos o maior sinal da compaixão, ou seja, a disposição em perdoar.
Essa realidade pode ser aplicada a todos nós, que nos dizemos cristãos. De fato, afirma Brennan Manning: “Deus convoca seus filhos a um estilo de vida que vai contra a cultura: conceder perdão num mundo que exige olho por olho”. De fato, se verdadeiramente amamos a Deus, o amor ao próximo é uma consequência natural.
Lamentavelmente o que encontramos a cada esquina, são igrejas onde essa verdade parece que não se aplica. Por isso, afirmamos como Manning: “Sempre que o evangelho é invocado para comprometer a dignidade de um filho de Deus, então é hora de se livrar desse tal evangelho para viver o verdadeiro. Sempre que Deus e invocado para justificar o preconceito, o desprezo e a hostilidade dentro do corpo de Cristo, então é hora de prestar atenção mas palavras de Meister Eckhart: ‘Oro para me livrar de Deus e, assim, encontrar Deus’”. É uma pena que muitos dos que dizem seguir o evangelho hoje, são tão insensíveis diante de outras pessoas em razão de sua cor, sua classe social ou sua condição sexual. É uma pena ver o racismo, o preconceito e a homofobia assumirem o papel que o amor, a tolerância, a compaixão e a ternura deveram ter em nosso comportamento e em nossas escolhas diárias. Mas ainda creio que o Espírito é capaz de operar as mudanças no tempo certo e da forma certa. Que nossas comunidades reflitam sempre o amor de Deus e que estejamos sempre dispostos a aprender com o sapateiro do bonito conto de Tolstói que diz: “Onde existe amor, Deus aí está”.

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