A EPIFANIA DO SENHOR

Reverendo Jorge Aquino.

Diferentemente de tantas religiões cujos deuses são obscuros e inatingíveis (deus abscônditos), no cristianismo, nosso Deus resolve se manifestar desde o alto (epifania), para nós, simples mortais.

E esta manifestação possui nuances que precisam ser observadas. Em primeiro lugar, Deus não se manifesta em um grande centro político, mas na periferia do mundo, em Belém de Judá. Jesus não nasce em Jerusalém, na família de um sacerdote ou em Roma, como filho de um imperador. Mas como filho de um humilde carpinteiro, nos rincões da Judeia. Assim, aprendemos que, para Deus, a sua manifestação ocorre de forma mais intensa nas periferias e nos lugares esquecidos, e não onde o poder humano habita.

Em segundo lugar, Deus não se manifesta por meio de um déspota poderoso e implacável que impõe sua vontade sobre todos. Ele não se revela como um soberano enérgico cuja importância e autoridade jamais é questionada. Ele se mostra na forma de uma humilde criança, nos braços de sua mãe, Maria. Este gesto revela que a Epifania aponta para um Deus que veio mudar os conceitos de domínio e de poder, de maior e de menor. Assim, maior é aquele que serve, revelando que o poder não está em ser servido, mas em servir e dar a sua vida em resgate de muitos.

Finalmente, em terceiro lugar, a Epifania nos revela que o Deus cristão – muito embora nasça em uma humilde família judaica -, quer ser adorado por todos os povos e nações. Seu Reino não apenas não aceita nem respeita fronteiras, mas também jamais terá fim. Diante do menino Jesus – o Cordeiro de Deus -, estavam adoradores vindos do oriente; mas diante do Leão da tribo de Judá, no último dia, estarão todos os reis e mandatários do mundo que, juntamente com todos os povos de todas as nações, confessarão que Jesus é o Senhor!

Eis o que nos revela o a Epifania do Senhor. Um Deus que se mostra aos pobres e humildes, um Deus que vem na forma de uma pobre criança, mas um Deus que recebe a adoração de todos os povos e nações, revelando que a salvação não é privilégio de ninguém. Um dia, haverá uma grande Epifania! E neste dia, todos nós o veremos face a face. Que nos preparemos para esse grande momento hoje, indo juntamente com os magos do Oriente, adorar ao Senhor Jesus em sua manjedoura.